| 05/06/2009 09h03min
Insatisfeitos com a demora e as medidas governamentais anunciadas para o problema da estiagem, agricultores de diversos pontos do Rio Grande do Sul novamente mobilizaram municípios e pediram ajuda em protestos que se estenderam de norte a sul.
Em algumas cidades, como Espumoso, no norte gaúcho, até uma máquina agrícola foi queimada no meio da rua.
A onda de manifestações que atinge o interior já não se restringem mais a bloqueios de estradas e caminhadas em cidades. Nessa quinta, dia 4, boa parte das prefeituras gaúchas – especialmente as das regiões norte e noroeste, as mais atingidas pela estiagem – ficaram fechadas. Além disso, em muitas destas localidades o comércio também fechou em apoio à crise econômica provocada pela falta de chuva.
– Nós tivemos alguns avanços com estas manifestações. Mas devemos continuar mobilizados – avisou o prefeito de Soledade, Gelson Cainelli (PP), um dos organizadores do protesto realizado em Espumoso, que reuniu cerca de 2 mil pessoas e contou com a presença de 25 prefeitos da região.
A posição também é mantida pela Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Fetraf-Sul).
– Precisamos continuar protestando para que as autoridades tenham a real dimensão de como se encontra o Rio Grande do Sul. Corremos o risco de ver milhares de famílias deixando o campo. Vamos pressionar para marcar uma reunião com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef – enfatizou o coordenador-geral da entidade, Altemir Tortelli.
O apoio de políticos e entidades, como a Fetraf-Sul e a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag) deu força ao movimento que ganhou a simpatia dos moradores destas cidades.
–Todos compreendem que, se o campo vai mal, tudo acompanha – justifica o vice-prefeito de Campos Borges, Dércio Gonzatti (PMDB).
As perdas com a estiagem no Estado são estimadas em R$ 2 bilhões.
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