O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Roberto Messias, disse nesta quinta, dia 4, que o órgão deve recorrer da decisão da Justiça Federal em Altamira (PA) que suspendeu a aceitação dos estudos de impacto ambiental da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu. Messias afirmou que o Ibama ainda não foi notificado sobre a suspensão.

– Os advogados e técnicos do Ibama já estão reunidos, apesar de ainda não termos recebido oficialmente a deliberação judicial. Uma vez tendo tido as notícias extraoficialmente começamos a preparar nossas respostas para tê-las prontas o mais rápido possível – adiantou Messias após participar de debate em comemoração à Semana do Meio Ambiente.

De acordo com o Ministério Público Federal no Pará, que recomendou a suspensão, faltam documentos no processo de licenciamento da usina, entre eles, estudos antropológicos de impacto sobre comunidades indígenas da região.

– No entendimento do Ibama foram atendidas todas as solicitações – afirmou.

Messias acredita que a decisão da Justiça não deve comprometer o cronograma do processo de licenciamento.

– Não nos interessa nenhum tipo de indefinição, em especial num projeto de grande porte como Belo Monte, nos interessa ter tudo fluindo da melhor maneira possível – acrescentou.

A Usina de Belo Monte terá potência instalada de 11 mil megawatts e deverá estar pronta em 2014. O governo espera obter a licença prévia para a obra até o fim de julho, e o leilão deverá ser realizado até setembro deste ano. O custo estimado da obra é de R$ 7 bilhões.