O ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, disse nessa segunda, dia 1º, em São Paulo, que o Brasil pode ser líder mundial na luta pela eficiência energética. Mas alertou que o país precisa provar que pode produzir biocombustíveis em larga escala sem prejudicar o próprio meio ambiente. Para ex-presidente americano, o Brasil deve, primeiro solucionar este problema interno, para, depois, atuar de forma global. Bill Clinton foi o mais aguardado no primeiro dia do Ethanol Summit 2009, em São Paulo.

A plenária com a participação do ex-presidente lotou o salão principal do evento. Clinton deu uma injeção de ânimo aos representantes do setor sucroalcooleiro, e começou o discurso dizendo que em meio à crise global, o Brasil tem se saído melhor que os Estados Unidos.

Logo em seguida, o assunto principal: o etanol como alternativa para o problema das mudanças climáticas. Bill Clinton criticou o governo bush por ter, segundo ele, deixado de lado o compromisso do Protocolo de Kyoto. O ex-presidente disse ainda que mais de 140 dos 170 países que assinaram o acordo não vão conseguir cumprir as metas.

Ele comparou as ações tomadas pelo Brasil e pelos Estados Unidos no combate aos impactos das mudanças climáticas. O ex-presidente não poupou elogios ao programa de etanol brasileiro e, no final, disse ainda que o Brasil pode liderar os esforços mundiais pela eficiência energética.

No entanto, Clinton também fez alertas para os desafios do Brasil. Segundo ele, para auxiliar outros países na redução das emissões de gás carbônico, o país precisa provar ao mundo que pode produzir etanol sem comprometer o seu meio ambiente, e ressaltou que se o Brasil ampliar a produção e exportação em larga escala vai acabar comprometendo áreas de preservação como a Amazônia.

Bill Clinton encerrou a palestra dizendo que é importante que Brasil e Estados Unidos trabalhem juntos, e que a única forma de reduzir a desigualdade no mundo é através da sustentabilidade.