Nestor Tipa Júnior | Porto Alegre (RS)

Agricultores familiares do Rio Grande do Sul realizaram nesta terça, dia 26, protestos em rodovias. As manifestações têm o objetivo de chamar a atenção dos governos para a necessidade de mais recursos para amenizar os prejuízos com a seca.

Acampamentos foram montados em diversas localidades. O movimento foi articulado também com prefeitos de municípios que sofrem com a estiagem. Mais de cem prefeituras da metade norte do Estado paralisaram as atividades, que devem continuar paradas até esta quarta, dia 27.

Em Brasília, prefeitos e agricultores realizaram audiências com representantes do governo. Eles pediram uma mesa de negociações com o governo para dialogar e pedir uma revisão das medidas.

O coordenador da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul (Fetraf-Sul), Altemir Tortelli, acredita que as medidas anunciadas até o momento foram insuficientes para ajudar os agricultores. Ele afirma que se não houver agilidade, os protestos podem se intensificar.

— O nível dos protestos vão depender do quanto avançarmos nas negociações. Nesta quarta, vamos multiplicar as manifestações. Se não houver uma negociação, os protestos podem permanecer por tempo indeterminado. Podemos ir para as cidades e realizar as maniferstações em frente a bancos para que de fato se crie uma condição nova de negociação — afirma Tortelli.

Ele espera que uma resposta do governo o mais rápido possível e ressalta que não há como esperar mais tempo enquanto os prejuízos se agravam.

A Via Campesina também bloqueou estradas federais no Estado em protesto por mais recursos contra a estiagem. Foram realizadas alternâncias de bloqueio e liberação de trânsito em algumas estradas, além da entrega de panfletos. Em alguns casos, máquinas agrícolas foram estacionadas no canteiro central das estradas.

Na semana passada, o Ministério da Integração Nacional anunciou recursos de R$ 880 milhões para os atingidos pela seca no Sul e as enchentes no Norte e Nordeste do Brasil, mas apenas R$ 20 milhões foram destinados para combater os problemas com a seca no Rio Grande do Sul.

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