| 19/05/2009 16h54min
Em audiência pública no Senado Federal, ocorrida nesta terça, dia 19, o diretor José Carlos Vaz e o vice-presidente de Agronegócio do Banco do Brasil, Luiz Carlos Guedes Pinto, anunciaram que, até agora, houve um incremento de cerca de 30% nos financiamentos agrícolas. Até o fim do mês de abril, o banco já havia desembolsado quase R$ 24,5 bilhões, valor superior ao de R$ 19,2 bilhões do ano passado.
O Banco do Brasil estima que até o final desta safra as operações de crédito rural cheguem a R$ 32 bilhões. Já para a safra 2009-2010, a previsão é aumentar em mais 30% o volume de recursos.
Entretanto, os parlamentares temem que o dinheiro não chegue ao campo.
— Nós precisamos que o banco, muito antes de anunciar que tem recursos para os agricultores, refaça os cálculos dos riscos, assim como as medidas do Banco Central, para que os produtores possam tomar os recursos. Se eles não removerem o cálculo do risco dos produtores, não precisa arranjar dinheiro para a agricultura que ninguém vai tomar os recursos — afirmou a presidente da CNA, senador Kátia Abreu.
A direção do Banco do Brasil concordou com a urgência em ajustar o método de reclassificação de risco das operações bancárias. Produtores que renegociam dívidas acabam tendo o risco elevado, dificultando a tomada de novos financiamentos.
O diretor de Agronegócio do BB afirma que a regulamentação atual do Banco Central indica que qualquer renegociação (seja rural ou não) é um elemento que agrava o risco bancário. Porém, para ele, em se tratando de política agrícola, é fator um mitigador de risco. Por isso, ele defende a idéia de revisar as atuais regras.
— Temos que atualizar essa regulamentação — disse Vaz.
A sugestão de Guedes Pinto é criar um formato diferenciado para o crédito rural. Hoje, as regras valem tanto para produtores como para operações em geral.
— O ideal seria que essa medida fosse tomada antes do início do próximo ano agrícola, que se dá no mês de julho. Esse ajuste na metodologia eu acho que simultaneamente daria um acesso a um maior número de produtores rurais para crédito rural ou aos produtores que já têm acesso numa escala maior — opinou o executivo.
Atualmente, o banco acumula cerca de R$ 63,5 bilhões em financiamentos agrícolas. Deste total, 77,4% são de operações que não foram prorrogadas. O risco médio é de 5,2%. O restante é de operações renegociadas, classificadas com risco acima de 20%.
A maioria deste montante é referente à operação de investimento.
Para discutira possibilidade dessas alterações, a Comissão de Agricultura decidiu convidar o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, para uma audiência no Senado.
— É preciso permitir ao Banco do Brasil e aos bancos privados uma nova interpretação dessa reclassificação de risco. Caso contrário, os produtores não terão acesso ao crédito, todos aqueles que refinanciaram as dívidas — disse o senador Gilberto Goellner (DEM-MT).
Outra decisão foi a de criar um grupo de trabalho formado por técnicos da comissão, Banco do Brasil, CNA e Ministérios da Fazenda e da Agricultura para elaborar o fundo garantidor de crédito.
— A existência do Fundo Garantidor facilitaria a adoção dessas medidas que alterem essa reclassificação de risco — completou Luiz Carlos Guedes Pinto.
CANAL RURALCRÉDITO RURAL - BANCO DO BRASIL |
Fonte: Banco do Brasil |
Safra 08/09 (até abril) R$ 24,9 bilhões Safra 07/08 (até abril) Volume acumulado de empréstimos: 77% - operações não prorrogadas: 23% - operações prorrogadas: |
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