| 19/05/2009 14h22min
A equipe do Canal Rural visitou a região que é responsável por 70% da produção de alimentos na Bolívia. Através do depoimento do governador do Estado de Santa Cruz, conheça as dificuldades encontradas com o governo Evo Morales, e o futuro em parceria com o Brasil de um mega projeto para a criação do que os bolivianos estão chamando de Super Canal do Panamá.
A Bolívia é um país dividido pela parte ocidental, onde se concentra o poder – tendo como referência a capital La Paz – , e a parte oriental onde está o setor produtivo. O Estado de Santa Cruz se destaca na produção de grãos e na pecuária. A capital, Santa Cruz de La Sierra, recebe por ano 80 mil novos habitantes que vêm de outras regiões do país em busca de um futuro melhor. O agronegócio responde por 14% do PIB do país, gera 50% do emprego, mas mesmo assim não está nos planos de investimento do presidente boliviano.
A vice-presidente da Câmara Agropecuária Oriental de Santa Cruz, Piedades Roca, confirma a situação.
— Definitivamente, nestes últimos tempos temos sofrido a falta de apoio do governo central. Sentimos a falta especialmente de combustível, que é essencial para que possamos desenvolver as atividades. Por outro lado, vemos que não existem políticas de apoio para setor produtivo, isto é um grande inconveniente que enfrentamos ano após ano. Mesmo assim, nós, produtores, seguimos apostando na Bolívia e seguimos apostando pelo desenvolvimento produtivo — disse Piedades.
A indústria de óleo vegetal não pôde exportar no último ano e só a diferença de preço do girassol, por exemplo, entre os mercados interno e internacional deixou de circular na economia de Santa Cruz mais de 100 milhões de dólares. A falta de uma política econômica para o setor trouxe instabilidade e prejuízos.
O sentimento no campo é o mesmo, mas os produtores continuam investindo e apostando em um futuro melhor.
— Lamentavelmente, o governo atual não compreende a importância do setor produtivo e não está definindo políticas públicas adequadas que são fundamentais para estimular o crescimento do setor. Apesar desta situação, continuamos investindo e acreditando que a única maneira de vencer a crise e a pobreza é produzindo — concluiu o pecuarista Luís Saavedra.
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