| 17/05/2009 12h10min
As culturas do arroz, da soja, da bovinocultura e da ovinocultura são, tradicionalmente, o alvo principal dos produtores do pampa gaúcho. As propriedades rurais da região, porém, começam a surpreender. Com vistas à sustentabilidade dos seus negócios, os empreendedores diversificam os investimentos através de pomares de pêssegos, uvas viníferas e oliveiras.
A produção é incentivada pelo Sebrae/RS, que intensificará, no segundo semestre, ações técnicas com 65 empreendedores distribuídos em Bagé, Caçapava do Sul, Itaqui e Quarai. O objetivo é incrementar os resultados da safra 2009/2010.
As ações técnicas foram definidas através do programa Juntos Para Competir. A iniciativa, impulsionada pela entidade, o Senar e o Sistema Farsul, promove o desenvolvimento das principais cadeias produtivas do Estado.
– A vocação natural continuará sendo a produção do arroz, da soja e a pecuária. Entretanto, a produção dessas frutas é uma alternativa importante para a pequena e média propriedade. Nosso solo e clima são propícios para esse tipo de cultivo com potencial para tornar a região competitiva neste nicho de negócio – explica o gerente Regional do Sebrae Campanha e Fronteira Oeste, Ricardo Barbará Dias.
O gestor dos projetos de fruticultura e apicultura do Sebrae/RS Campanha e Fronteira Oeste, Tauê Bozzetto Hamm, complementa que a produção de frutas é uma atividade dinâmica, com novas tecnologias. Nesse contexto, as ações técnicas resultarão tanto na atualização de conhecimentos como na resolução de demandas que atrasam o desenvolvimento e a sua expansão na região.
Por conta disso, serão realizadas consultorias tecnológicas em grupo e individuais, além de dias de campo. Cursos de capacitação e instruções sobre manejo nutricional e fitossanitário, poda, uso racional de agrotóxicos, pulverização, identificação de praga e doenças serão alguns temas abordados.
Em Itaqui e Quarai, 15 produtores de uvas viníferas participarão das atividades. De acordo com o consultor do programa Juntos Para Competir, Fábio Gallarreta, na safra passada – que compreendeu o período de dezembro a março – uma das principais dificuldades do grupo, que colheu 600 toneladas da fruta, foi superada.
– Comercializar a matéria-prima era um desafio, pois era dada maior atenção a quantidade do que a qualidade. Na última ocasião, vinícolas da Serra Gaúcha adquiriram o produto para a fabricação de vinhos e espumantes finos – destaca.
Em Bagé, as ações técnicas se concentrarão em 10 produtores de pêssegos, que colheram cerca de 400 toneladas na última safra.
– Eles estão a um bom tempo sendo incentivados a investir nesta cultura, porém esbarravam também na questão da qualidade – explica Gallarreta.
A baixíssima adesão de tecnologia no campo limitava o preço de comercialização a uma das cotações mais baixas no mercado.
O gestor dos projetos de fruticultura e apicultura do Sebrae/RS Campanha e Fronteira
Oeste, Tauê Bozzetto Hamm, explica que os pomares frutíferos,
em geral, respondem rapidamente às ações. Sobre o cultivo de pêssegos em Bagé, a expectativa é chegar a 15 toneladas por hectare.
– Mudará a rentabilidade da cultura, tornando-a um negócio rentável e com possibilidade de expansão – revela.
O produtor e advogado Jodolnei Trindade, é um dos empreendedores que aposta no êxito deste negócio. Desde 2000 cultiva a fruta e uvas viníferas e, com o auxílio do Sebrae/RS, aos poucos vai incrementando a atividade.
– Começamos recentemente a entrar em contato com grandes redes supermercadistas para oferecer nossos pêssegos – afirma.
Ingressar suas frutas na agroindústria também é uma meta para até dezembro. O empreendimento está em fase de instalação para processar polpa e sucos.
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