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 | 17/05/2009 14h10min

Mercado de consumidores islâmicos (Halal) cresce na Europa

Alimentos precisam ser produzidos de acordo com leis do Islã

Consumidores islâmicos, que representam um terço da população mundial, já movimentam US$ 400 bilhões ao ano em todo em alimentos industrializados, uma oportunidade para os empresários brasileiros. É um mercado consumidor exigente, com poder de compra, e que além da qualidade exige certificação que comprove que o processo de produção segue as leis
islâmicas.

Essa realidade, a do crescimento do consumo de produtos Halal, permitidos pela religião islâmica, já está fazendo com que empresários brasileiros adaptem o processo e ingredientes para exportar para este mercado. As exigências de qualidade são acompanhadas e certificadas por empresas especializadas nestes mercados. Entre os alimentos estão não apenas as carnes
industrializadas, mas massas, biscoitos, doces, sucos, café e uma infinidade de produtos que ganham as mesas e preferência das comunidades islâmicas, especialmente em países da Europa.

A procura pela certificação é o primeiro passo, alerta o especialista em qualidade Halal Chaiboun Darwiche.

– Um exemplo do potencial deste mercado halal na Europa é a Espanha, país onde vivem 1,5 milhões de muçulmanos e onde várias empresas já identificaram o o nicho de mercado ligado à religião e apostaram na produção e distribuição de produtos adaptados a estas condissões. A surpresa é o público, que além de fiel, está disposto a pagar um valor extra pelo produto certificado.
   
O especialista explica que os alimentos Halal, (permitidos, lícitos) produzidos dentro das regras e normas estabelecidas pelo islamismo ganham mercado mundo afora, não apenas no Oriente Médio. Os produtos halal são comercializados hoje em 112 países, e pesquisas de consumo apontaram que muitos outros consumidores não-muçulmanos também escolhem produtos certificados por acreditar que o processo garante segurança alimentar.
   
– Os produtos com certificação halal muitas vezes são para os mulçulmanos a única possibilidade de seguir uma dieta de acordo com a regulamentação islâmica e os seus requisitos de pureza. É por este motivo que o Serviço de Inspeção Islâmica orienta e acompanha a empresa que está disposta a entrar neste mercado desde o projeto da planta industrial, passando pelo treinamento dos profissionais e certificação da qualidade final do produto assim como todo o
processo – afirmou Darwiche.

Mercado crescente
 
De acordo com as associações islâmicas, existem cerca de 9 milhões de muçulmanos vivendo na América do Norte, 20 milhões na Europa, 300 milhões na África, 200 milhões no Oriente Médio, 800 milhões na Ásia e 3 milhões na América Latina. É um mercado promissor e praticamente desconhecido para os exportadores brasileiros, que tradicionalmente exportam apenas para os países árabes.

Darwiche destaca que os consumidores islâmicos da Europa estão de olho em produtos como empanados, cortes de frango cozidos, preparados, salsichas e hambúrgueres de carne de frango e peru, massas, biscoitos, doces e bebidas, entre outros produtos brasileiros.

– Considerando que 1/4 da população mundial segue a religião islâmica e apenas 20% deles moram em países árabes, dá para imaginar o mercado que há para produtos halal para população islâmica da Europa, África e Ásia, que representa 80% desse mercado – enumera.

Segundo dados divulgados recentemente na Halal Expo, uma das maiores feiras de produtos Halal realizada em Dubai, cerca de dois bilhões de pessoas consomem produtos Halal, ou seja, um terço da população mundial, e que só o setor de alimentos industrializados movimenta US$ 400 bilhões ao ano em todo mundo.

 
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