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Civis iraquianos foram mortos em posto de controle sem receber advertência

A edição desta terça, dia 1º, do jornal The Washington Post publica um relato sobre o incidente em um posto de controle das proximidades de Najaf, no Iraque, no qual foram mortas mulheres e crianças dentro de uma van. A matéria sugere que, antes de atirar, os soldados norte-americanos não foram claros o suficiente em seus avisos para que o veículo no qual estavam os civis parasse.

O Comando Central dos Estados Unidos afirmou que os soldados atiraram no furgão porque o motorista não obedeceu à ordem de parar. Tiros de advertência teriam sido disparados para o alto. Os disparos feitos contra o veículo mataram 7 das 13 mulheres e crianças a bordo. Duas outras ficaram feridas.

Segundo a reportagem do Post, do jornalista William Branigin, que viaja com os soldados norte-americanos, 10 pessoas foram mortas e o capitão responsável pelo posto de controle teria admitido que seus soldados não conseguiram avisar claramente o veículo de que ele seria alvejado se não parasse.

– Você matou uma família porque não disparou tiros de advertência na hora que devia! – teria dito o capitão Ronny Johnson, da 3ª Divisão de Infantaria do Exército depois dos tiros.

Autoridades da área de defesa norte-americana consideraram o incidente um fato trágico e disseram investigá-lo. Mas repetiram que estava correto o relato inicial dos fatos, no qual se fala sobre o disparo de tiros de advertência.

As mesmas autoridades dizem que a morte de civis iraquianos era lamentável e trágica. Entretanto consideram compreensível o fato de os soldados norte-americanos estarem nervosos em vista do atentado suicida do último fim de semana, no qual morreram quatro militares dos EUA.

O Post escreveu que Johnson, estacionado no posto de controle, percebeu uma ameaça em potencial e mandou por rádio que o pelotão avançado de um veículo de combate M2 Bradley disparasse tiros de advertência para o furgão.

– Disparem um tiro de advertência – teria ordenado Johnson enquanto o furgão se aproximava. Então, com maior urgência, o capitão disse ao pelotão que realizasse um disparo com uma metralhadora 7,62 milímetros no radiador do veículo, afirma a reportagem.

Quando percebeu que os soldados do pelotão não haviam feito nada, o oficial ordenou:

– Detenham-no, Red 1, detenham-no!

Segundo o Post, a ordem foi imediatamente seguida de disparos do canhão de 25 milímetros dos Bradleys.

– Cessar-fogo – gritou o capitão. Então, ao olhar para o furgão, correu até o líder do pelotão e disse-lhe:

– Você matou uma família porque não disparou tiros de advertência na hora que devia!

O Post disse que a companhia de Johnson havia relatado a morte de 10 dos 15 civis presentes no furgão, entre os quais cinco crianças.

As informações são da agência Reuters.

 
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