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 | 08/05/2009 19h33min

Governo discute com equipe econômica Plano Agrícola e Pecuário

Valor de até R$ 100 bilhões é considerado insuficiente pelos agricultores empresariais

Atualizada às 21h02min Melina Fernandes | Brasília (DF)

Nesta semana o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, reforçou que negocia entre R$ 90 bilhões e R$ 100 bilhões com a equipe econômica do governo para o Plano Agrícola e Pecuário desta safra. O valor é considerado insuficiente pelos agricultores empresariais e o setor se mostra descontente e sem grandes perspectivas para o futuro.

Enquanto no campo os produtores endividados não conseguem apresentar garantias para ter acesso ao crédito, em Brasília, representantes do setor e políticos divergem numa gangorra de opiniões. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) estão elaborando uma pauta de reivindicações que vai ser entregue ao governo federal na semana que vem. A CNA quer R$ 158 bilhões para a safra, a OCB diz que R$ 110 bilhões são suficientes. Mas os ministérios da Fazenda e da Agricultura ainda não chegaram a um acordo nem sobre o valor de até R$ 100 bilhões, pedido por Stephanes.

Representantes do setor insistem que o mercado está descapitalizado e querem que o governo se responsabilize em garantir recursos suficientes para financiar a safra.

– Diante do afastamento dos recursos das tradings, dos recursos internacionais, eu tenho muito preocupação de que em 2/3 da safra possa faltar de 30% a 35% desses recursos e os produtores não vão ter como plantar e nós poderíamos ter uma redução brutal da área plantada e, portanto, também no volume colhido. Isso pode trazer duas conseqüências graves que nos preocupa muito. Primeiro, aumentar preço de alimento, e, a segunda que é o desemprego – diz a presidente da CNA, Kátia Abreu.

Na pauta de reivindicações também devem estar juros mais baixos, um fundo para reduzir os riscos dos produtores endividados, para que eles tenham acesso a novos empréstimos, que o limite de crédito seja proporcional ao tamanho da área plantada e aos gastos com a produção, incluindo transporte e armazenagem, além da revisão dos preços mínimos. No caso do setor cooperativo, a principal demanda é a criação de um programa específico para capital de giro.

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