| 07/05/2009 17h16min
O Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR) encerrou o mês de abril de 2009 em alta de 1,49%. O índice dos produtos de origem vegetal (IqPR-V) fechou com variação positiva de 2,19%, enquanto que o índice dos produtos de origem animal (IqPR-A) terminou o mês com variação negativa de 0,27%. Os dados são do Instituto de Economia Agrícola (IEA), no Estado de São Paulo.
Quando a cana-de-açúcar é excluída do cálculo do índice, devido à sua importância na ponderação dos produtos, os índices do IqPR e o IqPR-V (cálculo somente dos produtos vegetais) sobem um pouco mais e fecham em 1,60% e 3,37% respectivamente.
Para o acumulado dos últimos 12 meses, os resultados dos índices mostram variações positivas: o IqPR fica em 6,47%, o IqPR-V em 6,16% e o IqPR-A em 6,49%. Desconsiderando a cana-de-açúcar do cálculo do índice, os resultados acumulados apresentam quedas significativas: o IqPR fecha o período em 1,29%, positivamente, e o IqPR-V em 4,17%, negativamente.
Os produtos do IqPR que registraram altas no mês de abril, em comparação com o mês anterior, foram: banana (53,14%), carne suína (15,61%) e laranja para mesa (3,66%).
A grande elevação nos preços da banana é justificada pelo aumento do consumo, que ocorre no outono e pela redução na velocidade de crescimento dos cachos (devido a temperaturas mais amenas), provocando atraso na produção. Os preços de fevereiro e março de 2009 foram excepcionalmente baixos, fazendo com que a evolução normal dos mesmos, em abril, apresente variação acentuada. Mesmo assim o preço de abril de 2009 é 29% menor que o de abril de 2008.
Também os preços da carne suína apresentam variação atípica. Pelos padrões de comportamento do mercado interno, os preços em abril deveriam estar em queda, mas a influência das exportações (afetadas pela crise internacional) alterou o padrão. Os preços caíram quando deviam estar elevando-se, pressionados pela demanda de final de ano do consumidor brasileiro e, agora, se recuperam com a retomada de encomendas externas, além da diminuição da oferta no mercado interno.
Assim, os suinocultores reduziram a produção em função dos baixos valores recebidos nos últimos meses. A ocorrência de gripe suína (apesar de não haver nenhum registro de contaminação em suínos, do animal para o homem e vice-versa), na América do Norte, já provoca restrições dos importadores russos que devem favorecer os produtores brasileiros. Também os preços dos suínos, embora tenham crescido na quadrissemana ainda estão bem abaixo do mesmo período no ano anterior.
O persistente aumento dos preços da laranja de mesa, após o fim do verão, foge do comportamento típico. Entretanto saliente-se que, em abril de 2009, os preços dessa fruta eram ainda 13,9% menores que os verificados em abril de 2008, revelando um movimento de ajuste de patamar, com o que não se concretiza a esperada queda de preços no mês de abril.
Os produtos que apresentaram as maiores quedas de preços no mês de abril foram: arroz (9,15%), amendoim (6,85%), feijão (6,52%), carne de frango (5,63%) e ovos (2,71%).
Os preços recebidos pelos produtores paulistas de arroz vêm caindo, depois de atingir patamar bem acima do ano passado e do produto concorrente gaúcho. Ainda permanecem quase 18% acima do preço de abril de 2008.
A queda nos preços do amendoim começou a atenuar-se, preparando-se para a inversão de tendência nas próximas semanas. As cotações já são quase metade daquelas de um ano atrás.
Os preços do feijão, embora em ritmo menos acelerado, continuaram a cair a níveis que reduzem a lucratividade dos produtores a valores próximos de zero, podendo não cobrir os custos daqueles menos eficientes.
Em abril, dos produtos analisados, 10 apresentaram alta de preços (seis de origem vegetal e quatro de origem animal) e sete apresentaram queda (cinco de origem vegetal e dois produtos de origem animal).
Na comparação dos preços de abril de 2009 com o mesmo período do ano anterior, sete produtos tiveram variações positivas e, nove, variações negativas. As principais altas registradas no período foram: carne de frango (21,52%), arroz (17,97%), cana de açúcar (13,52%) e ovos (13,10%). Já as maiores quedas (variações negativas) foram verificadas nas cotações do amendoim (47,85%), trigo (29,81%), banana (29,09%) e milho (23,52%).
No caso do feijão que não tem variação nos últimos 12 meses, se deve à escassez do produto naquela época do ano.
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