| 03/05/2009 14h56min
A chuva esperada para a tarde e noite de sábado decepcionou moradores de áreas afetadas pela estiagem no Rio Grande do Sul. Ocorreram apenas algumas pancadas em pontos isolados no extremo Norte. De acordo com a Central de Meteorologia, a instabilidade da Argentina foi direto para Santa Catarina e Paraná.
Das estações automáticas do Inmet, Iraí registrou três milímetros e Frederico Westphalen menos de um milímetro. Em Santa Catarina, choveu em torno de 30 milímetros entre ontem e hoje em São Miguel do Oeste.
Áreas afetadas pela estiagem
As regiões norte e noroeste do Estado são as mais afetadas pela seca. Com a inclusão de Boa Vista das Missões, já são 151 os municípios que decretaram situação de emergência por causa da seca. Coxilha também encaminhou o documento à Defesa Civil na manhã de sexta.
O município de Erechim decretou também racionamento de água, a partir de segunda-feira. A Defesa Civil está vistoriando todos os
municípios, e ainda não há um balanço oficial dos
prejuízos. O mês de abril foi o que registrou mais decretos neste ano, com 67 municípios.
Em Bagé, choveu somente em um dia no mês passado, sendo que a média para abril é de nove dias com chuva. Na Capital, a média é de 11 dias e meio com chuvas por mês, mas somente quatro dias registraram precipitações nos últimos 30 dias.
Seca pelo Estado
Confira como está a falta de abastecimento de água em cidades gaúchas
Erechim - O racionamento de água começa na segunda-feira, e será de 14 horas, escalonado na cidade que foi dividida em dois setores. O nível da barragem está 2m63cm abaixo do nível e cai oito centímetros por dia. Comunidades do interior são abastecidas pela prefeitura com caminhões-pipa.
Passo Fundo - Com situação de emergência decretada, o município sofre com a falta de água no meio rural e com as perdas nas culturas de milho, soja e leite. A
barragem Fazenda da Brigada Militar está três metros abaixo do nível e cai 5 centímetros
por dia.
São Valentim - O município está sem água há 30 dias, e a população só recebe água 12 horas por dia. Ainda assim, para garantir o abastecimento a Corsan busca água no município vizinho de Erval Grande, com caminhões-pipa.
Floriano Peixoto - Os três poços que abasteciam a cidade estão sem vazão e um deles secou totalmente. As famílias enfrentam racionamento de água há 40 dias, e só recebem água durante quatro horas por dia.
Carazinho - Em situação de emergência, o município está sem água para abastecimento humano e animal no interior do município. As perdas na agricultura chegam a 50% em algumas culturas como milho e soja. A seca provocou perda total da safrinha de feijão.
Candiota - Cerca de 200 famílias estão com problemas de abastecimento de água na zona rural do município. A cada dois dias, um
caminhão-pipa com 8 mil litros de água vai até as regiões que estão nessa situação para fazer a
distribuição de água. Os assentamentos são os mais atingidos com a estiagem. O prefeito José Carlos Folador (PT) decretou situação de emergência na quarta-feira.
Aceguá - A prefeitura já cadastrou 62 famílias que estão com problemas de abastecimento na área rural do município. Semanalmente, um caminhão-pipa de 8 mil litros faz a distribuição nas zonas atingidas. A cada visita do veículo, o número de famílias sem água aumenta.
Bagé - Até a tarde de hoje, as barragens de Bagé seguiam em ritmo de queda no níveis de água. A Barragem da Sanga Rasa estava com 5m40cm abaixo do normal. A Piraí com 5m25cm abaixo. O Departamento de Água e Esgotos de Bagé (Daeb) ainda não fala em racionamento.
Barra do Quaraí - A cidade sofre com a falta de chuva desde outubro. Na zona rural, açudes e sangas secaram e a prefeitura está realizando abastecimento com caminhão-pipa. O caminhão
do Corpo de Bombeiros também auxilia no abastecimento. A localidade mais
afetada é Guterres, com 23 famílias. Plantações de abóbora e melancia foram prejudicadas. Em função das pastagens estarem secas, o gado de corte está perdendo peso.
Panambi - A prefeitura está distribuindo cerca de 80 mil litros de água potável para comunidades do interior afetadas pela seca. Em algumas propriedades, a estiagem também prejudica o acesso a água pelos animais. O município decretou emergência na quarta-feira.
Humaitá - Os açudes secos pelo interior do município obrigam a prefeitura a levar água em um caminhão-pipa. Também estão sendo abertos bebedouros para hidratação dos animais. Na localidade de Boa Esperança, falta água para consumo das famílias, que precisam recorrer a poços artesianos de vizinhos ou adquirir água em mercados. Um poço artesiano já perfurado deve ser ligado nos próximos dias para resolver o problema.
Tenente Portela - Cerca de
150 mil litros de água estão sendo entregues diariamente pela prefeitura a
localidades do interior. No cadastro da Secretaria da Agricultura estão 150 famílias que necessitam de água para consumo humano e 120 que precisam para os animais. A água potável é levada em um tanque-pipa cedido pela Defesa Civil do Estado, um próprio da prefeitura e um caminhão de leite fretado. Um caminhão de transporte de dejetos de suínos está sendo usado para levar a água aos animais. A prefeitura já abriu 250 fontes e bebedouros e mais 350 pedidos aguardam disponibilidade das máquinas para serem realizados.
Tupanciretã - Cerca de 30 mil litros de água por dia estão sendo distribuídos a 750 famílias do interior. A situação mais grave é no assentamento São Domingos, onde 38 famílias estão sem água e um caminhão-pipa precisa encher a caixa de água da localidade. Uma retroescavadeira trabalha abrindo bebedouros para os animais nas propriedades. Até agora, foram feitas em torno de 300. A prefeitura tem projeto para construção de 10 poços artesianos nas
próximas semanas.
Santo Antônio das Missões - Sem chuva forte desde dezembro do ano passado, começa a faltar água nos poços artesianos de diferentes comunidades no interior. Sem caminhões-pipa para levar água à população, muitas pessoas precisam percorrer longos trajetos atrás de água para consumo humano e animal. Algumas das localidades mais atingidas são Taquara Mansa, Rincão de São Pedro, Rincão da Chácara e Manoã.
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