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 | 02/05/2009 09h30min

Preços do leite e derivados começam a ganhar fôlego

Maiores aumentos de preço, de quase três centavos por litro, ocorreram em Minas Gerais e em Goiás

A última pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) constatou que o aumento no preço médio do leite foi um pouco maior em relação aos últimos estudos.

Nos sete estados (RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA) que o Cepea considera para a “média nacional” (ponderada por volume), o reajuste foi de 1,7 centavo por litro ou de 2,81%. Isso significa que o valor bruto médio recebido pelo produtor em abril (referente à produção entregue em março) foi de R$ 0,6258/litro – sem o desconto dos 2,3% da CESSR e do frete.

Os maiores aumentos, de quase três centavos por litro, ocorreram em Minas Gerais e em Goiás – reajustes de 4,63% e 5,02%, respectivamente. Para os mineiros, o valor médio bruto chegou a R$ 0,6338/litro e, para os goianos, subiu para R$ 0,6155/litro.

Com isso, esses Estados voltaram a ocupar a segunda e terceira posições de maiores preços no País – o que não ocorria desde o final do ano passado –, atrás apenas de São Paulo. Produtores paulistas, em abril, tiveram o reajuste de 1,5 centavo por litro no preço médio, que passou para R$ 0,6536/litro.

No Paraná, os preços tiveram aumento de um centavo por litro (1,78%) e, na Bahia, a média se manteve estável diante da ligeira alta no centro-sul do Estado e da queda na área mais ao sul. Em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, as médias não conseguiram se sustentar, mas com recuos não chegaram a um centavo por litro.

Produção
Quanto à produção, o Índice de Captação de Leite (ICAP-L) do Cepea registrou em março queda de 3,84% em relação ao volume de fevereiro. A novidade trazida por este dado é que a diferença em relação ao índice do mesmo período do ano anterior, que vinha aumentando mês a mês, começa a diminuir. Em fevereiro¸ o Icap-L/Cepea foi 8,6% menor que o de fevereiro de 2008 e, em março, a diferença baixou para 5,3%.

Menor produção é um fundamento importante que pode elevar os preços recebidos pelos produtores, mas o resultado requer ainda a análise da demanda, que pode ser feita a partir dos preços dos derivados. Levando-se em conta o mercado atacadista do Estado de São Paulo e os derivados pesquisados pelo Cepea (pasteurizado, UHT, queijos prato e mussarela, leite em pó e manteiga), em março, houve aumento médio de 3,3% em relação aos preços de fevereiro. Em fevereiro, comparado a janeiro, o reajuste havia sido de 1%.

Em resumo, há fundamentos, ainda que relativamente modestos, que indicam a possibilidade de que os reajustes do leite ao produtor continuem ocorrendo. Essa é também a opinião da maioria dos compradores consultados pelo Cepea. Quase 60% deles, que representam 71% do leite da amostra da pesquisa, acreditam na continuidade dos aumentos dos preços.

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