| 25/04/2009 13h19min
A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, começou neste sábado, no Hospital Sírio-Libanês, uma quimioterapia para tratamento de um linfoma, um tumor maligno nos gânglios linfáticos. O nódulo de dois centímetros foi retirado da axila esquerda da ministra há cerca de três semanas. Em entrevista coletiva no Hospital Sírio-Libanês, acompanhada dos médicos, Dilma admitiu a existência do tumor, mas afirmou que ele já foi completamente extirpado.
— Quando o gânglio foi retirado, fiz uma série de exames para detectar se tinha outro foco no meu organismo e foi detectado que não havia. Três dias depois, chegou o resultado definitivo dizendo que o gânglio tinha sido completamente extraído, mas que eu deveria fazer quimioterapia como tratamento complementar. Obviamente quimioterapia é algo muito desagradável, mas assim como tantos brasileiros, espero enfrentar este desafio e vencer — disse.
Dilma Rousseff e os médicos — o cardiologista Roberto Kalil Filho e os oncologistas
Paulo Hoff e Yana Novis
— garantiram que o tratamento não vai prejudicar as atividades dela. Explicaram que o linfoma é um tumor maligno do sistema linfático. No entanto, como foi descoberto em um estágio inicial ("A1", segundo os médicos), a chance de cura é "altíssima", estimada em 90%. Mesmo assim, é necessário um tratamento complementar.
— Tive sorte, e agradeço aos médicos o fato de o linfoma ter sido diagnosticado de forma precoce. É mais um desafio que vou ter na minha vida. Me sinto perfeitamente bem. Diante da doença, é uma oportunidade para comemorar a vida — sorriu Dilma, aparentando serenidade e alertando para a importância dos exames preventivos.
Serão quatro meses de quimioterapia. Questionada se sofrerá queda de cabelos, Dilma deixou a questão em aberto, afirmando que "por enquanto o cabelo não caiu". O problema não tem nada a ver com a diverticulite que a ministra teve no ano passado.
A cirurgia para retirada do tumor, realizada há cerca de três semanas,
durou aproximadamente 45 minutos. De
acordo com os médicos, a ministra foi sedada e recebeu anestesia local. Ela acordou e, no mesmo dia, desempenhou atividades em Brasília. Como a ministra tem veias de dificil acesso, foi colocado também um cateter para ajudar no processo.
Questionada sobre candidatura à Presidência em 2010, Dilma sorriu novamente e disse que ainda não responde sobre este assunto "nem amarrada".
Sobre o linfoma
Conforme Antonio Dal Pizzol Jr., oncologista do Complexo Hospitalar da Santa Casa de Porto Alegre, o linfoma é um tumor localizado nos gânglios linfáticos, órgão responsável pela organização da imunidade no corpo humano, que tem alta taxa de curabilidade com quimioterapia. A expectativa de cura depende do número de gânglios afetados e se a medula e outros órgãos estão comprometidos.
Ainda segundo o médico, o cateter é um pequeno aparelho que facilita o encontro da veia para o quimioterapia. Ele explica que o
cateter faz uma ponte entre a pele e as veia e normalmente é
colocado próximo à clavícula, evitando múltiplas tentativas de se localizar uma veia durante o tratamento.
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