O sinal positivo esboçado pelo Ibovespa na abertura dá continuidade ao bom desempenho recente do mercado, que vem mostrando boa recuperação graças ao retorno do capital estrangeiro. Neste mês de abril, até ontem, a Bovespa acumula valorização de 11,9% e de 21,97% no ano.

Uma definição mais clara de rota deverá vir com a abertura das bolsas norte-americanas e após a divulgação das vendas de imóveis residenciais novos em março nos Estados Unidos. Os investidores também esperam detalhes sobre os números dos testes de estresse dos bancos norte-americanos. Com sete minutos de pregão regular, Ibovespa à vista subia 1,05%, aos 46.281 pontos, de volta ao patamar dos 46 mil pontos.

Como ontem a Bovespa subiu bastante — a alta foi de 2,03% enquanto em Nova York, após muita oscilação, as bolsas fecharam com ganhos menores — analistas ponderam que hoje o desempenho pode ser mais contido. No entanto, o momento é favorável ao mercado de ações. Os sinais de retomada dos negócios estão animando os investidores num momento de queda de taxas de juros.

Ontem, os rumores de que a processadora de cartões de crédito e débito Visanet estaria preparando uma Oferta Pública Inicial (IPO, da sigla em inglês) e o anúncio à noite da compra do controle acionário da Terna Participações pela Cemig por R$ 2,3 bilhões mostram que o noticiário corporativo está ganhando vida novamente.

Hoje, as atenções na abertura do pregão estarão voltadas para os papéis da Cemig e da Terna. Ontem, os papéis da Terna fecharam com alta de 6,7%, valendo R$ 32,00 por Unit. Cemig ON caiu 2,17, a R$ 26,60. Os papéis PN cederam 0,96%, a R$ 34,07.

Com a aquisição, a participação de mercado da companhia mineira no mercado de transmissão brasileiro sobe de 5,4% para 12%. A Cemig fará uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) pelas ações dos minoritários da Terna e calcula gastos de R$ 1,2 bilhão com essa operação. Cemig ON caía nesta manhã 2,26% e Cemig PN, 3,32%. A Unit da Terna estava em leilão.

Nos EUA, o prejuízo de US$ 1,4 bilhão no primeiro trimestre anunciado esta manhã pela Ford não chegou a alterar o rumo nos índices futuros de ações em Nova York. O sinal positivo prevalece influenciado pelos balanços da Microsoft e da Amazon divulgados ontem, após o fechamento.

Na Europa, as bolsas ostentam altas superiores a 2%, puxadas pelo índice IFO de clima no meio empresarial alemão, que saiu do recorde mínimo histórico de 82,2 para 83,7 em abril, o que é visto por analistas como o fim da queda livre da economia. As ações das mineradoras operam em alta em Londres reagindo à melhora na recomendação do setor pela corretora Cazenove.

Vale mencionar ainda a recuperação neste mês de abril do índice de confiança do consumidor da FGV, que subiu 2,5%. Segundo a FGV, a confiança cresceu com a melhora na intenção de compra de bens duráveis.

Os outros dois indicadores macroeconômicos do dia — IPCA-15 e desemprego —, vieram dentro do esperado pelos analistas, reforçando a aposta em corte da Selic de 1 ponto porcentual na reunião do Comitê de Política Monetária da semana que vem. A inflação medida pelo IPCA-15 foi de 0,36% este mês e a taxa de desemprego cresceu para 9% em março, ante 8,5% em fevereiro.