| 09/04/2009 16h31min
Em uma crise que por muitos é vista como oportunidade, as cadeias produtivas de aves e suínos do país caminham juntas em busca de ascensão no mercado. Mas enquanto a avicultura se destaca nas economias nacional e internacional, suinocultores estudam como tornar este tipo de carne mais atraente para consumo.
Esbarrando em barreiras sanitárias, na dependência russa, em preços pouco atrativos, no preconceito que a aponta como um produto não saudável, a carne suína batalha por seu espaço nos mercados interno e externo. Começando pelo Brasil, onde estudos apontam preferência pelo sabor, mas o consumo não é favorável.
– Pesquisas feitas nos últimos anos apontam a carne suína como a mais saborosa do ponto de vista dos brasileiros. Mas por que não compram? porque é caro, porque tem preconceito, porque o formato não é o ideal, porque está associada à obesidade – enumera o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos, Rubens Valentini, que participou do painel Desafios e Tendências nos Mercados de Aves e Suínos, organizado nesta quinta, dia 9, pelo Fórum Canal Rural, durante a Exposição Agropecuária de Lodrina (ExpoLondrina) 2009.
A situação é inversa quando se fala de frango. Tradicionalmente considerada uma alternativa barata e saudável, a carne de ave conquistou os brasileiros e lançou o país na terceira posição no ranking de exportadores.
– E a carne de frango continua competitiva, mesmo diante de custos mais altos – lembra o diretor de mercado da União Brasileira de Avicultura (UBA), presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná e presidente da Unifrango, Domingos Martins.
Ele defende a imagem de acessibilidade como uma das principais vantagens do produto, além da capacidade brasileira no quesito sanidade:
– O status sanitário do Brasil é o melhor do mundo – afirma.
Em busca dessa maior tranquilidade, é que os produtores de suínos apostam em ideias que qualifiquem a imagem da carne que oferecem, como o projeto Um Novo Olhar Sobre a Carne Suína. Aproveitando os tempos de tensão do mercado – que influenciam significativamente no consumo - , a cadeia hoje se esmera para expor nas gôndolas novos formatos, mais apetitosos e convidativos.
– Chegamos num momento que podemos pensar a cadeia como um todo: produtor, indústria e supermercado. E o setor quer contar com a indústria para incentivar a venda da carne suína – resumiu o presidente da Associação Paranaense de Criadores de Suínos e vice-presidente da Abcs, Irineu Wessler.
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