| 06/04/2009 19h15min
O agronegócio brasileiro perde em competitividade principalmente por causa da logística de escoamento da produção. A infra-estrutura ruim também traz menos rentabilidade ao produtor. A rodovia é o principal modal de transporte para a agricultura do país, mas é o meio mais caro. Para discutir os principais projetos em andamento nos setores rodoviário, ferroviário e hidroviário e os futuros investimentos, alguns especialistas estiveram reunidos, nesta segunda, dia 6, na reunisão do Conselho Superior do Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
No encontro, os especialistas concordaram que um dos principais entraves para o desenvolvimento da agricultura é a atual logística. De acordo com o Ministério da Agricultura, 20% do total da rentabilidade do produtor ficam comprometidos com o frete. Nos Estados Unidos, por exemplo, o agricultor americano gasta apenas 7% com logística. O motivo é que as hidrovias são as principais responsáveis pelo escoamento da produção.
– Dentro do PAC estão previstos investimentos da ordem de R$ 455 milhões. Esses investimentos ainda são muito poucos diante daquilo que o Brasil precisa para dar um passo efetivo na incorporação das hidrovias, como uma ferramenta de logística consistente e que vai privilegiar principalmente o setor do agronegócio brasileiro. Para ampliar, por isso mesmo, o que disse aqui é que temos que fazer cada vez mais uma ação política qualificada, para um orçamento para mudar efetivamente o controle das hidrovias – afirma o diretor-geral da Agência Nacional de Transporte Aquaviários (Antaq).
Com a utilização de ferrovias, o custo dos produtores pode diminuir em até 30%. Segundo o diretor presidente da Valec, empresa pública vinculada ao Ministério dos Transportes, as obras neste modal vão continuar, mesmo com a crise. A mais adiantada é a ferrovia Norte-Sul.
– No momento, a Valec está executando a ferrovia Norte-Sul, até Anápolis em julho de 2010. São 1.330 quilômetros, com investimentos hoje da ordem de R$ 4 bilhões – afirma o diretor-presidente da empresa, José Francisco das Neves.
O presidente do Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp, Roberto Rodrigues, também explicou que para os projetos continuarem é preciso menos burocracia e uma maior articulação entre o Ministério da Agricultura e o do Meio Ambiente.
– Nos compete fazer pressão sobre os órgãos envolvidos no processo, para que se articulem. Em seguida, pressionar o Parlamento, o Executivo, para que o orçamento seja adequado. Para que o planejamento saia do papel e o Brasil vire finalmente uma potência do agronegócio – diz.
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