| 12/03/2009 19h16min
Quarto maior exportador mundial de algodão, o Brasil não deve ter bons resultados este ano. As estimativas apresentadas nesta quinta, dia 12, pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), mostram que as exportações brasileiras somaram quase 533 mil toneladas em 2008, contra 419 mil em 2007.
Apreensivos com a crise internacional, produtores de algodão cobram mais firmeza do governo brasileiro e querem que o país e a Organização Mundial do Comércio (OMC) pressionem os Estados Unidos a cortar subsídios ao setor.
Apesar do aumento nas vendas no ano passado, houve redução de 20% na área plantada. Foram cultivados 849 mil hectares. A previsão é que o país reduza a produção, passando de 1,6 milhão de toneladas para 1,3 milhão toneladas em 2009.
De acordo com a Abrapa, problemas como a falta de crédito e os baixos preços de comercialização da pluma impedem a competitividade no mercado internacional. Para o presidente Haroldo Cunha, a disputa contra os subsídios ao algodão norte-americano é decisiva para beneficiar o setor brasileiro.
O governo federal reforçou à OMC o pedido de retaliações num valor estimado em US$ 2,5 bilhões. Mas os Estados Unidos não reconhecem a ilegalidade dos auxílios. Representantes da Abrapa vão a Genebra na próxima semana pedir ajuda à embaixada brasileira da organização. O impasse deve ser resolvido até o dia 30 de abril.
– Nós vamos continuar buscando a redução dos subsídios e se o que está na OMC não for implementado e o Brasil tiver direito de retaliação, nós vamos cobrar que o Brasil exerça o seu direito de retaliação com benefícios ao setor – diz Cunha.
A dúvida em relação aos Estados Unidos força o setor a buscar novos mercados. O alvo é a China, maior consumidor de algodão. O país responde por 42% da demanda mundial.
Os chineses compram 47 milhões de fardos de algodão por ano, mas muito pouco do produto brasileiro chega até a China. A aposta para ganhar espaço nesse mercado é o maior produtor brasileiro, o Estado de Mato Grosso.
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