| 05/03/2009 18h15min
O presidente Lula defendeu nesta quinta, dia 5, a estatização dos bancos nos países ricos como uma saída para a crise econômica mundial. Na abertura do Seminário Internacional sobre o Desenvolvimento, em Brasília, Lula cobrou mais coragem das autoridades das nações mais atingidas pela recessão.
Num discurso de improviso, o presidente afirmou que é preciso recuperar o crédito para que a economia mundial volte a funcionar como antes. Para uma platéia que reuniu integrantes do governo, entidades empresariais e sindicalistas, ele voltou a criticar o protecionismo e cobrou dos governos dos principais países atingidos pela crise uma atuação mais enérgica em relação aos bancos.
– Será que os países ricos vão continuar apenas colocando dinheiro com intuito de salvar bancos ou alguns países terão coragem de estatizar os bancos, recuperá-los?
Apesar da falta de crédito, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ver indicativos de melhora na economia brasileira. Segundo ele, a recuperação dos preços das commodities e da bolsa de valores, o câmbio positivo e os novos índices de emprego mostram que o país está numa posição privilegiada em meio às turbulências.
– Está havendo contratações, em março talvez as admissões superarem as demissões, com um quadro mais claro.
Para a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, uma das apostas para a geração de novos empregos está no Plano Nacional de Habitação Popular.O programa, que deve ser anunciado em breve, prevê a construção de um milhão de casas, com prestações reduzidas.
– Vamos compatibilizar a criação de empregos através da construção civil.
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, foi bastante cobrado pelos empresários que participaram do encontro. E a resposta pode ter deixado a desejar: Meirelles disse que a política monetária deve ser pautada pela responsabilidade, como é o caso da atual taxa de juros, que apesar de ser considerada alta pelas empresas, é a metade da praticada no início do governo Lula. Também otimista, ele acredita que o Brasil tem condições de enfrentar os problemas que estão por vir, o que ele chamou de segunda fase da crise.
– Quarenta e um milhões de pessoas cruzaram a linha da pobreza, nós temos em tudo isso um movimento orgânico, onde o país cresce de uma média de 1,9%, de 1999 a 2003, para 5% entre 2004 e 2008.
O Seminário Internacional sobre Desenvolvimento, realizado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, terá uma segunda rodada de discussões nesta sexta-feira.
CANAL RURAL
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursa durante seminário promovido pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES). Ao fundo, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff
Foto:
Antonio Cruz/ABr
Grupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2010 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.