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 | 24/02/2009 23h39min

Obama pede paciência contra a crise

Presidente dos Estados Unidos discursou na noite desta terça às duas câmaras do Congresso

Atualizada em 25/02/2009 às 03h13min

Em sua primeira aparição diante do Congresso desde que assumiu o cargo, o presidente dos EUA, Barack Obama, procurou passar uma mensagem de otimismo e esperança aos cidadãos americanos. No pronunciamento, disse que entre as prioridades está a criação de 3,5 milhões de empregos, investimento em tecnologia verde e ter, até 2020, a maior proporção de universitários diplomados do mundo.

— Vivemos tempos difíceis e inseguros, mas, nesta noite, quero que todos os americanos saibam: vamos nos reconstruir, vamos nos restabelecer. Os EUA sairão mais fortalecidos.

Além de traçar um retrato do país, o discurso sobre o Estado da União é usado para que o chefe do Executivo apresente aos congressistas suas principais propostas para o ano que se inicia.

O presidente, que nos últimos dias havia sido acusado em alguns setores de fazer um esboço sombrio demais da situação econômica do país, afirmou que “as respostas a nossos problemas não estão fora de nosso alcance”:

— Precisamos agora é de que este país se una, enfrente com ousadia os desafios que encaramos e assuma a responsabilidade de seu futuro mais uma vez.

No discurso no Capitólio, iniciado às 21h20min (23h20min em Brasília), transmitido pela televisão, Obama expôs a gravidade da crise econômica e assegurou, ao mesmo tempo, que as medidas em adoção conseguirão contê-la. Destacou as promessas de responsabilidade fiscal que fez, pois entende que manter um rígido controle das finanças é imprescindível para a recuperação da economia do país a longo prazo.

Destacou ainda o papel da educação na recuperação das finanças, no que definiu como “base para uma prosperidade mais sólida” e a necessidade do país investir em combustíveis renováveis:

— Hoje, importamos mais petróleo do que nunca — criticou.

Interrompido por aplausos durante 37 vezes nos 54 minutos de pronunciamento, Obama deixou claro que herdou os graves problemas da administração anterior, de George W. Bush.

— Em 30 dias, fizemos mais do que foi feito em 10 anos — declarou, sobre saúde e educação.

O presidente também foi duro na crítica a empresários e banqueiros, sobre a incapacidade de gerência e vida luxuosa de grandes executivos, de quem não bancará mais “a troca das cortinas”, disse em tom irônico.

A administração Obama anunciou três planos para tentar tirar o país dessa situação. O primeiro, de US$ 787 bilhões, será voltado para a economia real e prevê forte investimento público. O segundo, que pode chegar a US$ 2 trilhões, tem como objetivo resgatar o sistema financeiro. O terceiro, com orçamento de US$ 75 bilhões, será destinado a mutuários com dificuldades em honrar suas hipotecas.

Sobre política internacional, Obama elogiou o trabalho dos soldados americanos no Iraque e Afeganistão, e prometeu aumentar pagamentos, serviços de saúde e subsídios aos veteranos, além de ampliar o número de tropas.

— Queremos entregar o Iraque ao seu povo de forma responsável — finalizou.

EFE
 
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