| 19/02/2009 13h58min
O grupo brasileiro de Abate Halal (GAH, na sigla em inglês), responsável pela certificação e aplicação das regras islâmicas na produção e no processamento de produtos agropecuários, principalmente de origem animal, firmou na semana passada uma parceria com um grupo National Independent Halaal Trust (NIHT), da África do Sul. De 1ª a 5 de fevereiro, membros da instituição realizaram visitas e sucessivas reuniões para firmar o acordo.
O encontro, patrocinado pela BPI, uma trading dinamarquesa que tem filial no Rio de Janeiro, visa ao envio de técnicos brasileiros à África do Sul para atestar e demonstrar a certificação brasileira de produtos Halal, que é uma das melhores do mundo.
Na África do Sul, quase todo o conteúdo processado é voltado para o mercado interno (cerca de 90%), enquanto que o Brasil foca grande parte de seus produtos Halal na exportação. O objetivo principal do encontro é possibilitar abertura para negociações entre os dois países, já que a África do Sul é um grande importador de produtos Halal.
De acordo com Ali Ahmad Saif, presidente do Departamento de Inspeção e Certificação Halal, esse espaço conquistado pelo Brasil no mercado Sul-africano é muito importante. Nos 112 países que contém a presença de muçulmanos, estimado em 2 bilhões de pessoas, a movimentação de produtos Halal é estimada em US$ 150 bilhões, somente no setor de alimentos.
Em meio a uma crise na economia internacional, onde houve uma queda significativa nas exportações brasileiras de carne bovina, os produtos de origem Halal conquistam novos mercados, principalmente no Oriente Médio, ignorando a desaceleração econômica mundial.
O que é um alimento Halal?
Alimentos Halal são aqueles cultivados e processados de acordo com as leis religiosas e higiênicas islâmicas. A lei exige que nenhum alimento contenha impurezas, chamadas de Najs. Um exemplo disso são as partes de animais de corte que tem contato com excrementos como fezes, urina, vômito, entre outros, que são imediatamente descartadas no frigorífico.
Na hora do abate de um bovino, por exemplo, ele deve estar voltado para Meca, mas antes de entrar na sala de abate, faz-se uma oração para o animal, que deve ser morto de uma forma rápida e não dolorosa, sendo abatido na primeira degolada.
Carne de porco, ave de rapina, animais que contenham caninos longos para devorar as suas presas, macacos, elefante, entre outros, são proibidos para o consumo dos muçulmanos.
A palavra Halal, no idioma árabe, significa lícito, permissível. São os produtos julgados consumíveis pelos muçulmanos e pela jurisprudência islâmica. O termo significa alimento produzido sob a supervisão da Lei Islâmica Shariah.
AGÊNCIA SAFRAS
Entre as determinações islâmicas, os animais devem ser abatidos com o corpo voltado para Meca, num ato rápido e indolor
Foto:
Produção, Canal Rural
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