| 18/02/2009 08h49min
Depois de reunião de mais de duas horas entre ministros do Brasil e da Argentina, nessa terça, dia 17, no Itamaraty, o país vizinho decidiu não retirar medidas que atrapalham as exportações brasileiras, qualificadas por governo e empresários de protecionistas.
O chanceler argentino, Jorge Taiana, afirmou não considerar que seu país “toma medidas restritivas”. Taiana reclamou que não existe equilíbrio comercial entre os dois países, tanto que há muitos anos a Argentina é deficitária no comércio com o Brasil.
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, ressaltou que o Brasil não pretende adotar restrições:
– O Brasil prefere não tomar medidas porque são contraproducentes para a interação (regional).
Uma das ações argentinas consideradas protecionistas é a demora na concessão de licenças não-automáticas. A Organização Mundial do Comércio estabelece que essas licenças devem ser concedidas em até 60 dias, mas empresários brasileiros reclamam de demoras de mais de quatro meses.
No encontro foi acertada a criação de um grupo de trabalho conjunto para elaborar medidas “criativas” contra a crise e estimular o comércio regional. Um plano em estudo no Ministério da Fazenda é a criação de uma linha de crédito em reais para financiar as empresas de países vizinhos para estimular a exportação ao Brasil. Amorim citou a possibilidade de uso de linhas do BNDES integrar as cadeias produtivas dos dois países.
Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que não há divergência entre Brasil e Argentina que não possa ser solucionada, e nada melhor do que os dois países encontrarem um denominador comum.
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