| 17/02/2009 09h01min
Para convencer a Argentina a evitar a estratégia protecionista de combate aos efeitos da crise, o Brasil deverá oferecer linhas de financiamento facilitadas aos investimentos de companhias nacionais no país vizinho.
No encontro desta terça, dia 17, com a missão do governo de Cristina Kirchner, a delegação brasileira deverá oferecer crédito por meio de um mecanismo que injetará recursos oficiais – em reais – nas empresas com sede na Argentina e que exportam para o Brasil.
– Queremos explorar uma agenda positiva com a Argentina, que passa pela remoção das restrições e pela discussão técnica das medidas antidumping e de barreiras sanitárias que atingem produtos brasileiros – resumiu o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral.
– O interesse do governo brasileiro é diminuir a pressão protecionista – completou.
Os financiamentos brasileiros podem ser estendidos aos demais parceiros do Mercosul e ao restante da América do Sul. A proposta do governo brasileiro vai permitir às companhias argentinas a rolagem das dívidas e, ao mesmo tempo, financiar seus embarques para o Brasil com recursos provenientes do Tesouro brasileiro. Esse modelo está em elaboração pelo Ministério da Fazenda, que ainda não fechou o tópico sobre as garantias. A proposta tem como modelo um mecanismo adotado pelos Estados Unidos, no semestre passado, para aliviar o drama da escassez de dólares de países como o Brasil.
A receita do governo contraria a doutrina “olho por olho” da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Na última terça-feira, em Brasília, o presidente da entidade, Paulo Skaf, defendeu a adoção de barreiras contra os produtos argentinos.
O prazo para que as empresas entreguem aos funcionários o comprovante de rendimentos de 2008 termina dia 27. O documento serve para a declaração do Imposto de Renda Pessoa Física, que começa em 2 de março.
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