| 17/02/2009 02h41min
As exportações de produtos têxteis de Santa Catarina, pólo do setor, caíram 47,3% de janeiro do ano passado para 2009, resultado das licenças não automáticas impostas pela Argentina, principal comprador dos produtos catarinenses.
Nesse período, as exportações brasileiras caíram de US$ 205 milhões para US$ 136 milhões, um recuo de 33,5%.
O maior problema não são os números, mas a falta de reação diante deles, uma vez que não há como buscar uma recuperação. Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias Têxteis de Blumenau e Região, Ulrich Kuhn, a queda é resultado da redução na demanda.
— Os mercados estão cobertos, mas todos retraíram suas compras. É um problema de demanda. Os principais parceiros do Brasil são os mercados europeu e norte-americano, os mais abalados pela crise mundial — explica.
No caso de Santa Catarina, a Argentina é sempre a primeira ou, no máximo, a segunda colocada entre os principais compradores dos
produtos têxteis brasileiros, e, além da queda na
demanda, impõe o sistema de licença não automática, que atrasa o processo de importação naquele país.
— Este atraso resultante das licenças não automáticas pode estar mascarando os números de janeiro — avalia.
De acordo com Kuhn, reuniões com políticos argentinos já foram realizadas no sentido de solicitar que o Mercosul fique fora dos procedimentos de licenças não automáticas. Mas há uma tendência mundial de seguir com medidas protecionistas para combater a crise.
Enquanto isso, as importações de produtos chineses continuam estáveis, com um tímido recuo de apenas 3,7% em janeiro com relação ao mesmo mês de 2008. De um ano para outro, a queda foi de US$ 106 milhões para US$ 102 milhões.
— As importações vinham numa curva ascendente e os contratos são de longo prazo, por isso a variação é mínima. As exportações, por outro lado, já vinham caindo e continuam com esta tendência, ainda mais acentuada a medida que a demanda é retraída
em vários mercados — explica Kuhn.
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