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 | 09/02/2009 15h17min

Novo indicador econômico aponta apreensão no setor produtivo

Índice fechado sem participação do setor financeiro foi lançado nesta segunda pelo Ipea

Atualizada às 17h07min Mariane De Luca, São Paulo (SP)

O mais novo indicador da economia, lançado nesta segunda, dia 9, em São Paulo (SP) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), aponta que o setor produtivo está apreensivo em relação ao futuro. A crise financeira global é o que vem definindo as expectativas ruins.

A novidade do sensor criado pelo Ipea é que o setor financeiro não participa da pesquisa. Quem vai responder ao questionário todo mês serão 115 entidades que representam o setor produtivo e trabalhadores na agropecuária, indústria, comércio e serviços. Elas são responsáveis por mais de 80% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

A idéia é saber a expectativa dessas organizações em relação às contas nacionais, economia, desempenho das empresas e aspectos sociais. Os resultados são divididos em pessimismo, adversidade, apreensão, confiança e otimismo.

O ministro de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Roberto Mangabeira Unger, abriu o lançamento do indicador falando sobre a crise global.

– O Brasil precisa encabeçar a discussão sobre a crise, e os setores, empresas e governo precisam se unir nesse sentido – disse.

Além de fazer o lançamento do sensor, o Ipea também apresentou os primeiros resultados da pesquisa realizada em janeiro. O levantamento mostrou que o setor produtivo e os trabalhadores estão apreensivos em relação ao cenário econômico para os próximos 12 meses. O principal motivo é o agravamento da crise financeira internacional.

O índice, que varia de - 100 a + 100, ficou em 6,78 no mês passado. A pior expectativa, de - 23, foi apontada em relação aos aspectos sociais, como pobreza e massa salarial.

– Isso é reflexo de um quadro de redução de demanda e desemprego que vem sendo registrado – justificou o presidente do Ipea, Marcio Pochmann.

O setor de comércio e serviços é o que está mais confiante. Já a indústria é a mais pessimista. Apesar da preocupação em relação ao futuro, todas as áreas consultadas mostraram confiança na estabilidade do câmbio e inflação e queda dos juros. O segmento produtivo prevê que o crescimento do PIB ficará entre 1,6 e 4% este ano.

– Apesar dessa apreensão, o setor produtivo confia na capacidade da economia de reverter essa situação. O governo tem papel importante nesse sentido – afirma o professor de Economia da Unicamp, Julio Gomes de Almeida.

O levantamento será realizado e divulgado todo mês pelo Ipea.

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