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 | 04/02/2009 06h48min

Desaceleração da economia comprometerá o 1º semestre da indústria em Santa Catarina

Fiesc prevê pelo menos mais quatro meses difíceis

A Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) avalia que a tendência de queda no faturamento das industrias do Estado não deva se reverter antes do segundo semestre.

Em dezembro, as vendas da indústria catarinense apresentaram retração de 6,22% na comparação com novembro.

Mesmo com a turbulência na reta final do ano passado, a indústria de SC fechou 2008 com um crescimento de 7,06% nas vendas em relação a 2007, acima da média nacional (5,7%). Os dados são da Fiesc.

Para o diretor de relações industriais e institucionais Henry Quaresma, a desacelaração observada na comparação com novembro é normal, devido à conclusão das vendas que a indústria faz para o comércio todo final de ano. Mas ele reconhece o início de uma tendência de queda por alguns meses. 

— O problema da crise chegou, mas ele atua de forma diferenciada nos diversos segmentos. Em SC, pela diversidade da nossa economia e pela capacidade exportadora, acaba havendo uma compensação e tendo um efeito minimizado em grande parte dos setores — avalia Quaresma.

No balanço de 2008, os números positivos foram puxados principalmente pelos setores de veículos (17,19%), alimentos e bebidas (15,41%) e material eletrônico e de comunicação (12,41%).

De outro lado, puxaram as estatísticas para baixo as indústrias de madeira (-27,19%), móveis (-10,86%), produtos químicos (-14,04%) e de cristais e vidro (-13,96%).

Números nacionais mostram desaquecimento

Os indicadores de SC mostram ainda elevação de 4,8% na remuneração dos trabalhadores (massa salarial real) e queda de 1,67% nas horas trabalhadas na produção.

A utilização da capacidade instalada terminou o ano com média de 83,4%. Para Quaresma, os dados do final de 2008 confirmam a desaceleração que já era sentida. 

— Os números dos próximos meses ainda tendem a refletir o ajuste que o setor está sendo obrigado a realizar neste momento em função da mudança da conjuntura econômica. Nossa expectativa é que a situação comece se reverter no segundo semestre — acredita Quaresma.

No país, o faturamento da indústria cresceu 1,4% em dezembro na comparação com novembro na série dessazonalizada, aponta a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Apesar do aumento, a entidade ressalta que o cenário é de desaquecimento, como atesta a queda de 8% nas horas trabalhadas da produção no mesmo período de comparação.

Segundo a CNI, o avanço das vendas em dezembro "aparenta" ser um efeito de acomodação, depois da forte queda de 11,1% no faturamento de novembro em relação a outubro.

DIÁRIO CATARINENSE
 
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