| 19/01/2009 08h59min
Uma usina de cana-de-açúcar instalada no Estado americano do Havaí, terra natal do presidente-eleito Barack Obama, adotou o modelo brasileiro de produção, no qual são gerados, além de açúcar, também etanol e bioeletricidade.
A fábrica, que se dedicava à extração apenas de açúcar da cana, passará a produzir etanol para uso como combustível e a utilizar um sistema de cogeração, pelo qual gerará energia elétrica pela queima de bagaço e palha para suprir suas próprias necessidades e também exportar excedentes para o mercado havaiano.
A iniciativa resultou de um acordo firmado entre a Pacific West Energy LLC e a Kauai Island Utility Co-op para adequar a usina de açúcar Gay & Robinsons Kaumakani à produção de 60 milhões de litros de etanol por ano e 30 megawatts de energia elétrica. O modelo brasileiro foi parte da inspiração deste projeto, principalmente por manter flexível a capacidade de produção entre açúcar e etanol, dependendo dos preços de mercado. Além disso, o Havaí tem atuado na linha de frente da cogeração de eletricidade, afirmou William Maloney, president da Pacific West Energy LLC.
– Esta poderá ser a primeira indústria de etanol de cana-de-açúcar nos Estados Unidos – afirmou Joel Velasco, representante-chefe para a América do Norte da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), já que, de acordo com o presidente da Pacific West Energy LLC, o projeto ainda não está totalmente instalado e em operação.
Economicamente, o projeto é guiado para produzir também bioeletricidade para uso na fábrica. Mas como o Havaí é uma ilha com poucas formas de energia renovável, nós vamos exportar energia verde e assim reduzir o uso de diesel para esta finalidade, complementou Maloney.
As empresas envolvidas esperam obter recursos para financiar o projeto por meio de acordos com empresas internacionais e também pelo apoio do Departamento de Agricultura dos EUA, por se tratar de geração de energia renovável. Para dar início ao projeto, a Pacific West Energy LLC está alugando as terras e instalações da Gay & Robinson, que está fechando as portas depois de 119 anos de operação no ramo açucareiro. Com isso, as produções de etanol e bioeletricidade representam uma nova oportunidade de emprego para os 300 funcionários da Gay & Robinson.
A fábrica de etanol de cana-de-açúcar poderia suprir 35% da demanda atual do Havaí, de acordo com o Departamento de Negócios, Desenvolvimento Econômico e Turismo do Estado americano. O Havaí utiliza 10% de etanol misturado à gasolina (E10) desde 2006, como forma de estimular a produção local, o que até agora não havia se concretizado apesar de haver terras disponíveis para a plantação de cana-de-açúcar.
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