| 15/01/2009 15h51min
O setor cafeeiro está realizando uma série de reuniões em Brasília para encontrar uma solução para a sua dívida, que chega a R$ 3 bilhões. Os encontros estão sendo realizados nos ministérios da Agricultura e da Fazenda. Os produtores querem o estabelecimento do preço mínimo de R$ 320 para a saca do café, contra os R$ 211 hoje garantidos pelo governo.
A oferta oficial do governo é de R$ 300 para a saca, mas os cafeeiros dizem que o próprio custo de produção está em R$ 350. Eles reivindicam que parte da dívida seja amortizada em 20 anos, com a entrega de estoques de café em sacas. A proposta do governo era de que esse prazo fosse de 12 anos.
Os cafeeiros querem também que o governo promova leilão de um milhão de toneladas do grão, nesta conversão sacas x dívida. O setor se comprometeria a pagar, paralelamente, 5% da dívida todos os anos.
Nesta quinta, dia 15, o secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Vicente Bertone, disse que ainda “não há nada fechado”. Mas admitiu que, entre a área técnica do ministério, haveria consenso por um preço mínimo de R$ 300 para a saca do café. Qualquer acordo com os cafeeiros, no entanto, ainda dependerá de decisões que envolvem o Ministério da Fazenda e a Presidência da República, conforme destacou Bertone.
No Ministério da Fazenda, as áreas técnicas também estão discutindo a questão, mas a decisão final terá que ser referendada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Ao deixar o prédio nesta quinta, o ministro interino da pasta, Nelson Machado, esquivou-se de falar sobre o assunto, alegando que é “a pessoa errada" para tratar disso. O retorno do ministro Guido Mantega ao posto, no dia 19, com o fim do seu recesso, poderá resultar na solução definitiva, segundo esperam os cafeeiros.
O presidente do Conselho Nacional do Café, Gilson Ximenes, acredita que já na próxima semana poderá sair uma decisão. Ele disse que “não adianta discutir preço abaixo dos R$ 320 para a saca do café, pois o ideal é que fosse de, pelo menos, R$ 350". Ximenes avaliou que as negociações estão bastante adiantadas e é necessária a fixação rápida de um preço mínimo mais favorável e uma solução para a dívida, a fim de garantir a sustentabilidade do negócio para os produtores.
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