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 | 09/01/2009 14h56min

Obama escolhe Leon Panetta como diretor da CIA

Presidente eleito disse que a agência não é luxo, mas sim uma questão de necessidade

O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou hoje oficialmente o nome de Leon Panetta, ex-chefe de Gabinete da Casa Branca durante o mandato de Bill Clinton, como o futuro diretor da CIA (Agência Central de Inteligência). Em entrevista coletiva, Obama anunciou também a escolha do ex-almirante Dennis Blair como futuro diretor nacional de Inteligência, encarregado de coordenar os trabalhos dos serviços secretos do país.

Ao apresentar as nomeações, Obama disse que os serviços secretos "não representam um luxo, são uma necessidade". Em aparente crítica ao atual governo, de George W. Bush, que decidiu ir à Guerra do Iraque a partir de dados equivocados de inteligência, Obama afirmou que os serviços secretos devem "adotar suas avaliações somente com base nos fatos, não em uma agenda política". Também se referiu ao programa de torturas contra suspeitos de terrorismo, que criticou duramente durante sua campanha, ao afirmar que, para manter a segurança do país, os Estados Unidos devem se aferrar aos seus princípios.

O presidente eleito, que toma posse daqui a 11 dias, disse ainda que John Brennan, um veterano da CIA, será seu assessor na Casa Branca para assuntos de luta contra o terrorismo. Inicialmente, Brennan havia sido sua opção para comandar a CIA, mas ele retirou sua candidatura devido aos protestos da ala mais esquerdista democrata, que criticava declarações nas quais ele parecia apoiar que a agência de inteligência utilizasse maus-tratos em interrogatórios de suspeitos de terrorismo.

Ao nomeá-lo diretamente para um posto na Casa Branca, Obama não expõe Brennan a um escrutínio público. Ao contrário de Brennan, os cargos de Panetta e Blair devem ser ratificados pelo Senado em uma audiência de confirmação. Como assessor da Casa Branca, Brennan, que atualmente dirige uma firma privada de segurança e análise de risco, terá grande influência na política para o Irã, na qual reivindicou grandes mudanças.

A formação da equipe de inteligência de Obama foi uma das mais complicadas em seu gabinete. A nomeação de Panetta, um político com importante histórico no manejo de orçamentos e de gestão, mas com pouca experiência de primeira mão no setor dos serviços secretos, também recebeu críticas ao vazar nos últimos dias.

As críticas foram lideradas pela senadora Dianne Feinstein, nova presidente do comitê de Assuntos de Inteligência, que queria ter sido consultada. Obama desculpou-se pessoalmente e Feinstein retirou suas objeções. Em suas declarações hoje, o presidente eleito afirmou que Panetta será um "firme defensor" da CIA e que apresentará grandes habilidades na gestão e em sua capacidade de relacionamento com o Congresso.

EFE
 
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