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 | 06/01/2009 18h59min

Maior prazo para renegociar dívidas deve evitar prejuízos para agricultores

Para setor cooperativista, medida terá eficácia com a liberação de mais recursos

Viviane Cardoso | Brasília (DF)  |  reportagem@canalrural.com.br

Lideranças rurais elogiaram a decisão do governo de alongar o prazo para os bancos operacionalizarem as dívidas agrícolas, que venceram no último dia 31. De acordo com o setor cooperativista, a medida, aliada a liberação de recursos para as cooperativas agropecuárias, vai evitar prejuízos no campo.

Nos cálculos do governo, 2,8 mil operações de renegociação de dívidas agrícolas foram prejudicadas pela lentidão dos bancos. Em boa parte do país, os produtores que procuraram, até o fim de dezembro, as agências para regularizar os débitos, se depararam com falta de informação. O governo reconheceu que a complexidade da Medida Provisória do endividamento prejudicou a renegociação e, por isso, anunciou o alongamento do prazo para as instituições financeiras resolverem o problema. A decisão de tornar adimplentes milhares de produtores foi elogiada por lideranças do setor rural.

– Muita gente ficou de fora sim, não conseguiu cumprir essas datas e prazos, então ficou de fora. E isso compromete, porque desencadeia um processo, porque ele passa a não ter uma produção normal em termos de plantio e isso leva a uma conseqüência para as safras posteriores, porque em seguida vem a safrinha aí no meio do ano – afirma o secretário-executivo da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Renato Nobile.

Para o setor cooperativista a medida é importante, mas não basta para resolver a falta de crédito no campo. Em muitas regiões, pequenos e médios produtores não conseguem obter financiamentos, porque estão inadimplentes com as cooperativas, que passaram a ocupar o espaço deixado pelas tradings.

As cooperativas têm pressa para que o governo injete recursos no Programa de Capitalização das Cooperativas Agropecuárias (Procap – Agro). O Palácio do Planalto deu sinal verde para a liberação de R$ 2 bilhões, mas ainda falta definir de onde sairá o dinheiro.

– É um saneamento da conta emergente que está vencendo ou vencida do cooperado junto à cooperativa. Onde ele vai assumir junto com esse alongamento, dando aí o respaldo para a cooperativa se capitalizar. Ela se capitalizando tem condições de manter o atendimento normal para os cooperados – explica Nobile.

Segundo a OCB, a linha de crédito teria seis anos de prazo de pagamento com dois anos de carência.

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