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 | 30/12/2008 07h58min

Seca deixa oeste catarinense em situação de emergência

Vinte e dois municípios da região sofrem com o problema que afeta principalmente os agricultores

Francine Cadore  |  francine.cadore@diario.com.br

A estiagem castiga o oeste catarinense há pelo menos 40 dias e já fez com que 22 municípios decretassem situação de emergência. A falta de chuvas afeta os produtores do campo, que já registram perdas de até 50% na produção de melancias e 30% na safra de feijão.

Moradores de São Miguel do Oeste sofrem com os problemas de desabastecimento. Segundo a Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan), outros municípios do Oeste poderão ser afetados.

Conforme a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de SC (Epagri), a safra de feijão tem perdas de 30% e a de milho 20%. A produção de leite ficou 35% abaixo do esperado, porque os pastos estão secos.

Em Caxambu do Sul, a capital catarinense da melancia, o prejuízo é de 50%. A estiagem atingiu 3,7 mil toneladas da fruta. A produção por hectare baixou de 40 toneladas para 15. Quem conhece bem esses números é o produtor Mauri Camatti, que além de plantar grãos, mantém uma loja de insumos agrícolas.

São Miguel do Oeste adotou um sistema de rodízio

– Perdi na lavoura e estou perdendo na loja também. Com a seca, os produtores não têm como investir em produtos agrícolas. A soja registrou perda de 30%. O milho está mais complicado, perdemos em torno de 40%. Além disso, o preço também baixou.

Em São Miguel do Oeste, a estiagem compromete o abastecimento de água na área urbana. Há cerca de 10 dias, a Casan adotou o sistema de rodízio. Seara também já enfrenta problemas e adotou o sistema de rodízio no domingo. O nível da barragem do Rio Caçador está tão baixo que as bombas não conseguem mais captar água. As pancadas isoladas de chuvas não amenizam o problema.

– Precisamos de chuva torrencial. Se não chover nos próximos dias, municípios como Anchieta e Maravilha devem enfrentar problemas em função das melhorias e manutenção do Aqüífero Guarani – afirmou o superintendente regional Oeste da Casan, Paulo Christi.

Christi alerta que as medidas de prevenção ao desperdício são as maiores aliadas contra a estiagem.

– Tomar banhos rápidos, não escovar os dentes com a torneira aberta e adotar um consumo racional são medidas imprescindíveis quando usamos um produto finito como a água– destacou Christi.

Em Chapecó, o nível do Lajeado São José, que abastece a cidade, está 30% mais baixo. Mesmo assim, o fornecimento de água é normal.

DIÁRIO CATARINENSE
 
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