| 28/12/2008 11h10min
As pesquisas científicas permitiram aumento de 60% na produtividade da agropecuária do Brasil e o tornou líder mundial em agricultura tropical. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) conta com mais de dois mil pesquisadores responsáveis pelo aumento da produtividade da agropecuária nos últimos anos.
A produção brasileira de hortaliças passou de nove milhões de toneladas, em área de 700 mil hectares, em 1980, para 17,5 milhões de toneladas, em 771,4 mil hectares, em 2006. A oferta de carnes bovina e suína foi multiplicada por quatro, e a de frango aumentou 18 vezes. A produção de leite subiu de 7,9 bilhões de litros em 1975 para 25,4 bilhões de litros em 2006.
Os estudos da Embrapa também permitiram que o Brasil se tornasse o segundo maior exportador de soja, utilizando sementes adaptadas às condições brasileiras. A safra de grãos cresceu, nos últimos 17 anos, 146% com aumento de 24% da área plantada.
Nos últimos 30 anos, a produção de arroz aumentou em 50%, com redução da área plantada pela metade. No Rio Grande do Sul, maior produtor do país, a área aumentou em 170% e a produtividade cresceu 230%.
A pesquisa com o trigo passou por processos para vencer a toxidade de alumínio do solo, até desenvolver cultivares de ciclos curtos e mais resistentes às doenças. Hoje, pode ser cultivado desde as regiões frias do Sul até as áreas tropicais.
A pesquisa também elevou o país à condição de referência mundial em biotecnologia e melhoramento genético de grãos. Um exemplo é a produção no Cerrado. Até meados de 1960, as atividades agrícolas no bioma limitavam-se à criação de gado de corte, porque os solos eram de baixa fertilidade. A partir dos anos 70, com o desenvolvimento de técnicas de irrigação, correção e adubação do solo de forma sustentável, esta situação começou a mudar. Atualmente, a produção de soja, milho, arroz e café nos cerrados representam, respectivamente, 59%, 26%, 18% e 48% da produção nacional.
A conhecida produção de uva e manga no Vale do São Francisco também se tornou realidade após estudos, que resultaram na adaptação do cultivo de frutas na região. Hoje, o maior pólo de fruticultura do país conta com inserção internacional garantida, e começa a agregar valor com a fabricação de sucos, polpas e outros alimentos industrializados. Os cultivos da manga e uva ocupam área de 33 mil hectares entre Petrolina (PE) e Juazeiro (BA).
Em 2008, a Embrapa lançou cultivares com melhoramento genético que vão movimentar o mercado da fruticultura. A primeira cultivar de abacaxi adaptada ao clima temperado do Sul promete uma fruta sem espinhos e com sabor ainda mais doce no verão. A Banana Conquista alia resistência a doenças, que já trouxeram perdas totais aos produtores do Norte do Brasil. Estão ainda, entre as mais recentes pesquisas divulgadas, três híbridos de maracujá que têm maior resistência e tolerância a pragas, são mais ricos em vitamina C e apresentam considerável redução no uso de defensivos agrícolas.
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