A busca pela sustentabilidade econômica, social e ambiental na cultura do trigo tem sido constante nas ações de pesquisa da Embrapa Trigo (Passo Fundo, RS). A construção de indicadores capazes de relacionar particularidades regionais, discriminando locais com maior sustentabilidade ao cultivo do trigo, é o que pretende o projeto apresentado na última terça, dia 9, no Worshop sobre Indicadores de Sustentabilidade que reuniu diferentes instituições de pesquisa e assistência técnica na Embrapa Trigo.

A dinâmica do agronegócio do trigo no Brasil, sujeito aos riscos do clima e de preço, associado à necessidade de orientar a produção para a qualidade e as demandas regionais, são os principais motivadores na execução do projeto “Indicadores de Sustentabilidade para o Trigo na Região Sul do Brasil”, liderado pelo pesquisador da Embrapa Trigo Genei Dalmago, em parceria com instituições como a Unijuí, Instituto da Ciência da Computação da UPF, Embrapa Solos, Embrapa Meio Ambiente, Fepagro, Epagri e PUC-Campus de Toledo.

– São conhecidos os estudos em escalas microregionais, que permitem diagnosticar problemas e propor soluções específicas. Precisamos, no caso do trigo, em que as dificuldades se repetem ao longo dos anos em regiões diversas, efetuar uma análise que oriente para um caminho de maior competitividade do trigo brasileiro – explica Dalmago.

A pesquisa tem o prazo de três anos para definir uma série de indicadores que permitam avaliar a sustentabilidade para o trigo, partindo de informações como risco climático, consumo de energia, diversidade de culturas, tipo de solo, formação cultural dos produtores, estoques de carbono no solo, presença de florestas, riscos de doenças/epidemias na cultura, etc.

– A expectativa é que a diferenciação das área de produção crie uma identidade regional para o trigo, principalmente em locais onde a atividade se mostrar mais sustentável – ressalta Genei Dalmago.

Os resultados da pesquisa, realizada pela primeira vez no Brasil, deverão subsidiar políticas públicas como seguro agrícola, financiamentos e ações de transferência de tecnologia direcionadas de acordo com as características ambientais e sociais de cada locais de produção.