| 03/12/2008 10h43min
A Companhia de Habitação (Cohab) de Santa Catarina pretende começar no início de janeiro a construção de cerca de 3 mil casas para atender as vítimas de enchentes e deslizamentos de terra no Vale do Itajaí.
Algumas casas populares devem ser erguidas ainda esta semana em Itajaí, no Litoral Norte do Estado, um dos municípios mais afetados, onde são contabilizados 11 mil desabrigados.
O anúncio foi feito na terça-feira pela diretora-presidente da Cohab em Santa Catarina, Maria Darci Mota Beck, em reunião com representantes dos municípios atingidos, na sede administrativa da Secretaria de Desenvolvimento Regional de Blumenau.
Segundo a diretora do órgão, o período do ano dificulta a contratação de empreiteiras e mão-de-obra, mas a intenção é iniciar a construção das residências o mais rápido possível.
— Casa não se constrói de um dia para o outro. Precisamos de edificações sólidas. No entanto, as famílias precisam de uma solução
urgente — defendeu Maria Darci.
Os
recursos para as obras das moradias devem vir da União, Estado, municípios e parcerias com a iniciativa privada e Defesa Civil Estadual.
Uma equipe da Cohab, formada por 29 técnicos, incluindo geólogos e engenheiros, estão levantando dados na região e analisando a condição de terrenos para receberem as moradias.
O órgão já possui projetos das casas, que incluem residências de madeira e alvenaria de 36 a 90 metros quadrados. O custo de cada casa é estimado em R$ 15 mil.
— Estamos buscando estrutura dentro dos próprios municípios para construir as casas, utilizando mão-de-obra e fornecedores locais, até para fazer a economia da cidade girar — afirmou o secretário regional Paulo França.
Moradores poderão usar FGTS na compra
Os futuros moradores das casas populares terão de pagar por elas. Os preços variam, mas ainda não foram definidos. Recursos disponíveis no Fundo de Garantia
por Tempo de Serviço (FGTS) poderão ser utilizados para compra da casa.
Nos próximos dias, representantes dos municípios devem encaminhar à Cohab de Santa Catarina informações com os números de residências que terão de ser construídas ou reformadas. Alguns, no entanto, ainda contabilizam as perdas com as enchentes e deslizamentos.
É o caso de Ilhota, onde os trabalhos continuam concentrados no resgate e retirada dos moradores das áreas de risco. Em Itajaí e Indaial, mutirões estão cadastrando e levantando dados.
Em Blumenau, um mutirão formado por assistentes sociais, educadores, engenheiros e policiais estão identificando casas com risco de desabamentos. Cerca de 340 residências foram visitadas. Destas, 190 tiveram de ser interditadas.
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