| 26/11/2008 20h39min
O cenário é desolador no município de Ilhota, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, de acordo com o major Francisco Luiz Gonçalves da Silveira, da assessoria militar do Ministério Público, que trabalha há dois dias na cidade.
O município foi um dos mais atingidos pela chuva que destruiu a região catarinense e, até o início da noite desta quarta-feira, registrou 29 óbitos, o maior número de mortes relacionadas à catástrofe.
De acordo com Silveira, a impressão é de que passou um tsunami pela cidade.
— A situação aqui é completamente desoladora. É um cenário delicadíssimo na região — diz o major.
A reconstrução da cidade deve levar muito tempo, por conta do tamanho da destruição.
— Não há mais ruas, é realmente indescritível, uma coisa de enlouquecer — conta Silveira.
Os cerca de 150 desabrigados de Ilhota foram levados para dois salões paroquiais. Outras pessoas foram encaminhadas para
casas de parentes.
— Muitas pessoas não querem deixar suas
residências, mas nós temos insistido porque não há muita opção. Ou sai ou vai acabar morrendo — resume o major.
De acordo com ele, a Procuradoria Geral de Justiça arrecadou 2 toneladas de alimentos, que devem chegar em breve ao município.
Ainda chove na cidade. Se o tempo melhorar, a previsão é que durante o final de semana as famílias possam ser realojadas. Porém a previsão do tempo indica chuva até sábado.
— Tenho 24 anos de efetivo serviço policial militar e nunca dantes tinha visto coisa parecida. Já trabalhei em várias enchentes pelo Estado, mas nunca tinha visto um cenário de pós-guerra assim. É indescritível — conta Silveira.
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