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 | 19/10/2008 18h13min

Bancos Centrais da América Latina dizem que tem as melhores condições para enfrentar a crise

Presidentes das entidades estão reunidos em Santiago do Chile

Os presidentes dos bancos centrais das maiores economias latino-americanas se encontraram neste domingo, em Santiago do Chile, e divulgaram comunicado conjunto afirmando que seus países estão em melhores condições para enfrentar as turbulências financeiras, graças aos seus sólidos fundamentos econômicos.

Participaram da reunião os presidentes dos Bancos Centrais do Brasil, da Argentina, do Chile, da Colômbia, do México e do Peru. A Venezuela também foi convidada, mas não compareceu.

O presidente do Banco Central do Brasil, Henrique Meirelles, e seu colega argentino, Martín Redrado, descartaram a possibilidade dos bancos centrais virem a tomar medidas conjuntas, como aconteceu com os bancos centrais europeus.

— A ação conjunta que foi feita há algumas semanas pelas economias mais ricas teve uma finalidade específica, que foi a liquidez em dólar — explicou Meirelles.

— A nossa conclusão é que, pelas características próprias de cada economia na nossa região e o grau de interação que temos com as economias maiores, o tipo de abordagem que estamos tendo é o mais eficaz — acrescentou, ressaltando a importância da troca de informações entre os países.

O presidente do Banco Central da Argentina concorda. Cada um tem suas particularidades, disse Redrado.

— Como se sabe, no Brasil houve uma quantidade de empresas que tomaram determinada posição no mercado futuro, no caso do México empresas comerciais adotaram posições de risco, e cada país reagiu com os instrumentos que dispõe, mas o que está claro é que todos temos a disposição de assegurar e preservar a estabilidade econômica e financeira dos nossos países — afirmou o argentino.

Redrado ressaltou o clima de confiança entre os presidentes dos Bancos Centrais, mas desconsiderou qualquer iniciativa de os bancos centrais coordenarem suas ações.

— Coordenação é uma palavra que não qualifica esta reunião, o que há é um espírito de colaboração e compromisso com a estabilidade econômico e financeira — ressaltou.

A reunião dos presidentes dos bancos centrais era para ser sigilosa. Mas um comunicado do Banco Central brasileiro alertou a imprensa, anunciando a realização de um encontro do Conselho Consultivo das Américas, órgão do Banco Internacional de Compensações (BIS), que reúne presidentes de Bancos Centrais de todo o mundo. Mas o encontro já havia sido substituído por uma conversa informal entre os presidentes dos bancos centrais dos países latino-americanos, que iniciaram essas consultas na semana passada, em Washington.

O presidente do Banco Central considera que os recursos liberados para aumentar a liquidez da economia brasileira estão funcionando adequadamente e que não há dificuldades na concessão de crédito.

— Uma boa parte do compulsório é liberado na medida em que haja a concessão de créditos para bancos médios e pequenos. No caso das linhas de empréstimo com garantia em moeda estrangeira também temos uma veiculação direta com a concessão de crédito em que os bancos são obrigados a usar esses recursos para conceder crédito. Portanto estamos monitorando a evolução dos mercados e tomaremos as medidas necessárias — disse Meirelles.

Entenda a crise:

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