| 30/09/2008 05h40min
Diretoria reúne-se com Roth para cobrar desempenho considerado “inconcebível”- Trocas prováveis Paulo Sérgio por Mattioni na lateral e Marcel por Morales no ataque- Esquema de jogo 3-5-2 deve ser alterado porque tornou-se “previsível” aos adversários
O Gre-Nal acendeu o sinal de alerta no Olímpico. A busca de uma solução para a queda de rendimento no segundo turno agora é tratada como emergência.
Até domingo, o problema vinha sendo bem administrado, apesar da
aproximação do Palmeiras na tabela.
Entre os dirigentes, o fraco desempenho é avaliado como “inconcebível”. Desta vez, a reunião que sucede cada jogo não servirá somente para avaliação. Pela primeira vez no Brasileirão, o técnico Celso Roth será fortemente cobrado hoje.
Os primeiros indícios de que as más atuações passam a perturbar surgiram domingo, no Beira-Rio. Na ocasião, o presidente Paulo Odone criticou “a perda de foco” dos jogadores.
Um dos pontos a serem discutidos com o treinador é a insistência com o esquema 3-5-2. O diretor de futebol, André Krieger, reafirmou que o o estilo de jogo do Grêmio tornou-se “previsível”.
— Uma hora, o elenco de jogadas se esgota — afirma o dirigente.
Apesar de não comentarem o assunto publicamente, os dirigentes entendem que Roth deveria ter optado por um meio-campo mais numeroso, capaz de neutralizar as individualidades do Inter no clássico. As alterações feitas pelo
técnico no jogo também foram criticadas. Sobretudo a saída
de Perea no intervalo.
A insistência de Roth com alguns jogadores começa a merecer contestações internas. Um deles é o ala-direito Paulo Sérgio. Felipe Mattioni poderá receber chance contra o Botafogo.
Também intriga o fato de o volante Makelele, utilizado com sucesso em alguns jogos, ter deixado de ser uma das alternativas do técnico.
– Algumas convicções precisam ser repensadas – afirma um conselheiro.
O meia Douglas Costa, 18 anos, recém promovido aos profissionais, deverá passar a figurar no banco.
Mesmo definido como “uma vítima” da ineficiência dos alas, que pouco cruzam, o centroavante Marcel poderá perder o lugar para o uruguaio Morales já na próxima partida. A idéia de Roth era lança-lo gradativamente, até adquirir o ritmo ideal de jogo. A crise técnica, contudo, atropela os desejos do técnico.
Perea |
Situação: continua em tratamento do tornozelo direito |
Previsão: pode voltar a jogar no sábado |
A frase: “Eu estava bem. Saí no intervalo do Gre-Nal por decisão do treinador” |
Pereira |
Situação: segue tratando lesão muscular na coxa |
Previsão: não há prazo definido para retorno |
A frase: “Todos sabíamos que havia risco. Foi fatalidade. Agora, equipes com 42 pontos falam em título, o Grêmio tem 50” |
Primeiros diagnósticos |
ALAS INEFICIENTES |
O diagnóstico da direção é de que falta qualidade aos alas Paulo Sérgio e Anderson Pico. O primeiro poderá perder a posição para Felipe Mattioni já no jogo de sábado, contra o Botafogo. Pico prosseguirá no time porque o reserva, Helder, também teve rendimento insatisfatório quando atuou. Da falta de cruzamentos dos laterais, resulta a apatia do centroavante Marcel. |
ESQUEMA PREVISÍVEL |
Celso Roth será cobrado por ter insistido no 3-5-2 no Gre-Nal. Como o Inter teria Nilmar como único atacante, o mais conveniente seria começar o jogo sem um dos três zagueiros e escalar outro jogador de meio-campo, no caso, Willian Magrão, para ajudar a marcar Guinãzu, Alex e D’Alessandro. No intervalo, Roth ainda fez pior: manteve os três zagueiros e retirou um atacante, Perea. |
FALTA DE FOCO |
A falta de foco, criticada pelo presidente Paulo Odone, foi notada em pelo menos dois jogos. Contra o Goiás, quando o time sofreu um gol olímpico de Paulo Baier, e no Gre-Nal, quando Índio não foi marcado no terceiro gol do Inter. Até então, um dos méritos da equipe era a total concentração na hora de marcar os cabeceadores da equipe adversária. |
DEFEITOS DE MARCAÇÃO |
Outro problema que também foi observado contra Goiás e Inter. No primeiro jogo, Souza sofreu falta de Vitor e, em vez de erguer-se rapidamente para seguir marcando o lateral do Goiás, optou por reclamar do árbitro Célio Amorim. Do lance, saiu o segundo gol goiano. No segundo gol do Inter, o time foi reclamar que a barreira não havia sido armada e ficou desatento à cobrança de falta. |
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