| 22/09/2008 06h45min
Aproximadamente 12 mil agricultores familiares que produzem milho no Rio Grande do Sul terão de trabalhar com outras culturas se quiserem acessar crédito e seguro públicos. Eles perderam o direito ao financiamento porque em três das últimas quatro safras registraram quebra de produção no milho superior a 30%.
No Brasil, outros 10 mil estão na mesma situação, informa o diretor da Secretaria de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), João Luiz Guadagnin.
A restrição atinge cerca de 5% dos 220 mil produtores gaúchos, o equivalente a 25 mil hectares. Na safra 2007/2008, a área colhida com o grão no Rio Grande do Sul foi de 1,42 milhão de hectares, segundo dados da Emater.
Prevista no Manual de Crédito Rural, a regra suspende o financiamento para quem teve perdas na mesma lavoura por três safras alternadas ou consecutivas em um período de cinco anos. As outras culturas da mesma propriedade, entretanto, não perdem o custeio.
O coordenador de crédito rural da Emater, Cézar Henrique Ferreira, explica que a entidade fará os projetos de reconversão assim que fechar convênio com o MDA. Além de fatores climáticos, como estiagem e granizo, práticas agrícolas inadequadas e falta de assistência técnica contribuíram para os problemas. Guadagnin diz que ainda não há definição de quando esses agricultores poderão voltar a financiar o milho.
O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), Elton Weber, questiona a limitação porque, para obter financiamento, é preciso obedecer ao zoneamento agroclimático que indica o plantio como viável em cada região. Para Weber, a medida deveria ser suspensa até a definição de alternativas para as propriedades.
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