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 | 23/07/2008 08h57min

Petroleiros querem a suspensão dos leilões de petróleo e gás no país

Sindicato afirma que população precisa defender patrimônio nacional

O diretor do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro) do Rio de Janeiro, José Maria do Nascimento, defendeu a necessidade de que a população brasileira participe da luta contra a privatização das riquezas minerais do país. A privatização se dá, segundo ele,  por meio dos leilões realizados pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). Ele acredita que o problema poderá ser agravado pelas descobertas de petróleo nas camadas pré-sal.

O Sindipetro-RJ considera que os leilões representam a entrega de um patrimônio brasileiro, que é o petróleo, às multinacionais estrangeiras e, por isso, o governo deveria acabar com essas operações. Até agora, a ANP já  promoveu oito rodadas de licitações para exploração de petróleo e gás no país, cuja arrecadação em bônus de assinatura superou R$ 5 bilhões. A 9ª rodada, realizada em novembro do ano passado, registrou arrecadação recorde em bônus de assinatura de R$ 2,1 bilhões. O resultado superou em 100% o total apurado na 7ª rodada.

No primeiro dia de realização da 9ª rodada, manifestantes liderados pelos sindicatos e entidades representativas de petroleiros e pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), entre outras organizações, ocuparam o prédio da ANP, no centro do Rio, para exigir a suspensão dos leilões de petróleo. O 8º pregão  foi suspenso em novembro de 2006 em função de duas ações judiciais movidas pela deputada federal Clair da Flora Martins (PT-PR) e pelo Clube de Engenharia do Rio.

Criado em março deste ano por movimentos sociais e sindicais, o Fórum Nacional contra a Privatização do Petróleo e Gás pretende esclarecer a sociedade sobre o não-cumprimento da nacionalização do petróleo e gás no país, informou o sindicalista. Sua meta principal é  conseguir a suspensão das licitações para produção e exploração de petróleo e gás.

Para o diretor do Sindipetro-RJ, a discussão em torno da criação de uma estatal específica para cuidar das descobertas do pré-sal, conforme teria sugerido o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão,  “tira todo o condicionamento de se manter a nacionalização do nosso subsolo, do nosso petróleo, nosso gás e nosso minério”. A sociedade, segundo José Maria, tem que estar atenta e ciente do que ocorre.

Os petroleiros encaminharam, em junho passado, carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva enumerando os pontos que preocupam a categoria em relação à privatização das riquezas nacionais. É preciso, reforçou o sindicalista, fazer os parlamentares e os próprios ministros verem que “a promessa que o governo fez de acabar com os leilões (de petróleo e gás) não aconteceu”.

O diretor do Sindipetro lembrou a necessidade de alertar as autoridades para o risco de “privatizar tudo”. Segundo ele, as empresas estrangeiras que vêm explorar petróleo e gás no Brasil  “tiram o nosso óleo, internacionalizam o nosso óleo e não criam  empregos”.

AGÊNCIA BRASIL
 
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