| 21/07/2008 08h46min
Dois anos depois de assumir o comando da Seleção Brasileira, Dunga volta ao centro do furacão. Dessa vez, o desafio é a inédita conquista da medalha de ouro olímpica. Tarefa que pode dar ao técnico sobrevida ou a sentença final no comando da seleção principal. A missão começa nesta segunda-feira, com o encontro dos jogadores em Paris, e passa por Cingapura no trajeto até Pequim, que, espera-se, seja o destino final.
Por opção própria e interferência de Ricardo Teixeira, presidente da CBF, Dunga leva 18 jogadores para a empreitada — cinco atuando no futebol brasileiro e 13 na Europa. Três têm idade acima de 23 anos: Ronaldinho, Robinho e Thiago Silva.
Quando decidiu pela maioria dos jogadores que atua fora do Brasil, Dunga sabia que teria um grupo fora das condições físicas ideais. E, pior, sem tempo para colocar a turma em forma. Ronaldinho, a grande estrela da seleção olímpica, há mais de quatro meses não disputa uma partida oficial.
Com exceção de
Diego Alves, Anderson, Diego,
Robinho e Pato, que participaram dos jogos (em meados de junho) da seleção principal contra Paraguai e Argentina, a maioria está de férias desde 17 de maio. Apenas Alex Silva e Hernanes (São Paulo), Thiago Silva e Thiago Neves (Fluminense) e o goleiro Renan (Internacional), que atuam no futebol brasileiro, estão em plena atividade servindo seus clubes.
Diante de um grupo tão heterogêneo, a comissão técnica da seleção olímpica terá de se desdobrar para deixar os jogadores nas pontas dos cascos até a estréia do Brasil na Olimpíada, em 7 de agosto, contra a Bélgica. Não será fácil. Apesar da ótima qualidade do grupo, faltou à seleção melhor organização. Carlos Alberto Parreira disse na semana passada que Dunga leva para Pequim jogadores de muito talento, expoentes em seus clubes na Europa, mas sem um plano bem elaborado.
— Falta projeto à seleção olímpica. Aliás, o Brasil nunca teve um projeto para o futebol na Olimpíada.
Dunga pode pagar caro por
essa improvisação. Alvo de muitas
críticas e sob forte pressão, após os resultados ruins da seleção principal pelas Eliminatórias, o treinador só escapa da degola se voltar com a medalha pendurada no pescoço. Ricardo Teixeira deu ao treinador dois astros de primeira — Ronaldinho e Robinho — para os Jogos de Pequim. E o recado: se vire.
Na próxima quinta-feira, a seleção fará o seu primeiro treinamento na Ásia. No domingo, às 9h de Brasília, disputa um amistoso contra a seleção de Cingapura. Antes de embarcar para a China, o Brasil deve disputar outro amistoso: contra o Vietnã, em 1º de agosto, em Hanói.
A CBF receberia US$ 450 mil pelo jogo. O Brasil está no Grupo C do torneio de futebol, ao lado de Bélgica, China e Nova Zelândia. A estréia será em Shenyang. No dia 10, enfrenta a Nova Zelândia, ainda em Shenyang. No dia 13 pega a China, em Qinhuangdao.
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