O barril de petróleo Brent, de referência na Europa, fechou nesta quinta-feira com alta de mais de US$ 5 na Bolsa Intercontinental de Futuros de Londres (ICE Futures, em inglês) e voltou a superar os US$ 142.

A alta aconteceu depois que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) advertiu de que não pode compensar uma eventual suspensão das exportações de petróleo do Irã. Assim, o barril de Brent para entrega em agosto concluiu o dia a US$ 142,03, ou US$ 5,45 a mais que no fim do pregão de quarta-feira.

A nova alta, que rompe a tendência de baixa dos últimos dias, se produz ao término de uma jornada de grande volatilidade, na qual o preço do barril do Brent oscilou entre US$ 142,39 e US$ 136,18.

O secretário-geral da Opep, o líbio Abdalla Salem el-Badri, disse hoje que o cartel não pode compensar uma eventual suspensão das exportações de petróleo do Irã, o segundo maior produtor da organização e quarto do mundo.

— Espero que não haja um ataque ao Irã, mas se algo acontecer, é impossível compensar a produção do Irã — disse Badri, em alusão às ameaças de uma intervenção militar dos Estados Unidos ou Israel contra o país para obrigá-lo a desistir das ambições nucleares.

— Não temos planos para um caso de guerra — advertiu o secretário-geral, mas reconheceu que os 13 países da Opep, que controlam juntos cerca de 42% da produção mundial de petróleo, contam com uma capacidade para responder a outros tipos de imprevistos.

Badri estimou em uma média de 32,2 milhões de barris diários (mbd) a produção da organização em junho, um volume suficiente para satisfazer às necessidades atuais do mercado, e lembrou que o Conselho de Ministros da Opep revisará a situação em sua próxima reunião, em 9 de setembro em Viena.

Ele insistiu em que os elevados preços atuais não estão relacionados com a produção, mas com fatores que fogem do controle dos produtores.

Demanda mundial

A Opep calcula que a demanda mundial de petróleo continuará subindo de uma média de 86,88 milhões de barris diários (mbd) em 2008 até 113 mbd em 2030, e espera que a oferta de 116,3 mbd satisfaça a essas necessidades.

A explicação foi dada hoje por Mohammed Hamel, diretor do departamento de estudos energéticos, em entrevista coletiva em Viena, com a presença do secretário-geral da Opep, por ocasião da publicação do "Boletim Anual de Estatísticas 2007" e "Previsão do Petróleo 2008" da organização.