| 03/07/2008 06h56min
Até surgirem as primeiras notícias sobre a libertação dos reféns das Farc, a Colômbia só tinha olhos para um assunto: a crise provocada por uma decisão da Suprema Corte do país que coloca em cheque a legitimidade das eleições presidenciais de 2006.
— A libertação ofusca o que é a mais grave crise política colombiana dos últimos anos e fortalece o presidente Álvaro Uribe para tentar um terceiro mandato — disse o cientista político Pedro Valenzuela.
Com 84% de popularidade, Uribe nunca falou sobre a possibilidade de tentar o terceiro mandato, mas seus aliados fazem campanha por uma mudança constitucional que permita a segunda reeleição. O projeto se complicou quando a Suprema Corte pediu investigação sobre a legalidade da emenda que possibilitou a reeleição de Uribe em 2006.
O motivo seria a confissão da ex-congressista Yidis Medina de que mudou seu voto - decisivo - porque autoridades lhe ofereceram cargos públicos. Para garantir a legitimidade do
governo, Uribe pediu ao Congresso que
aprove referendo sobre se devem ser "repetidas" ou não as eleições presidenciais de 2006.
Uribe pede libertação dos seqüestrados
Em um pronunciamento transmitido pelas emissoras de rádio e TV, Uribe disse que as Farc devem entender que "a política de segurança democrática não é um fim, mas um caminho à paz total".
— Esse é o convite às Farc para que façam a paz. Sempre estivemos dispostos, e que comecem libertando os seqüestrados que ainda estão em seu poder — afirmou o governante.
Uribe se dirigiu ao país para comentar o resgate militar de 15 seqüestrados das Farc, entre eles a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt, três americanos e onze militares e policiais.
O chefe de Estado estava acompanhado por 12 dos ex-reféns, que ainda usavam as roupas com as quais foram libertados.
Uribe comentou sobre todos os libertados e elogiou seu ministro da Defesa, Juan
Manuel Santos, e sua cúpula militar, mas também lembrou a morte de outros reféns em
operações de resgate.
Confira o comentário de Rodrigo Lopes sobre a libertação de Ingrid Betancourt
EFE
Ingrid desembarcou em Bogotá e cumprimentou diversas autoridades colombianas. A mãe e amigos receberam a ex-candidata à presidência da Colômbia
Foto:
efe
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