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 | 02/07/2008 22h04min

"Vou continuar lutando pela liberdade dos que seguem seqüestrados", diz Ingrid

Ex-candidata à Presidência colombiana foi resgatada nesta quarta-feira

A ex-candidata à Presidência colombiana Ingrid Betancourt, resgatada nesta quinta-feira pelo Exército do seu país após passar mais de seis anos em poder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), prometeu que agora lutará pelo retorno de todos aqueles que continuam seqüestrados. Betancourt fez essa declaração ao deixar o avião que a levou a Bogotá junto com mais 11 libertados.

Ao dizer que não esquecerá dos que continuam como reféns, a franco-colombiana lembrou do presidente da França, Nicolas Sarkozy.

— Com o presidente Sarkozy, vamos continuar lutando pela liberdade dos que seguem seqüestrados — declarou Betancourt, que acrescentou que a libertação não se consegue pela via da negociação.

Betancourt e os policiais e militares que foram resgatados agradeceram a Deus, ao Governo, às Forças Militares e ao povo colombiano por sua libertação, apesar dos familiares da dirigente política sempre terem se oposto a um resgate militar, opção defendida pelo presidente colombiano, Álvaro Uribe.

— Graças ao meu Exército, da minha pátria Colômbia, obrigado pela impecável operação (de resgate), a operação foi perfeita — disse a ex-candidata presidencial.

Os 15 resgatados hoje faziam parte do grupo de 40 políticos, estrangeiros, policiais e militares que as Farc tinham em seu poder e que pretendiam trocar por 500 guerrilheiros presos. Os únicos que não chegaram a Bogotá foram os americanos Thomas Howes, Keith Stansell e Marc Gonsalves, que - segundo o ministro da Defesa, Juan Manuel Santos - já viajaram para seu país.

Betancourt também fez alguns comentários em francês, saudou a França, assim como a comunidade internacional e a imprensa pelo que definiu como "esta vitória". A franco-colombiana se emocionou ao lembrar de seu pai Gabriel Betancourt, morto em 2002, poucos meses após seu seqüestro.

A política contou como foram os detalhes da "Operação Xeque" que levou a seu resgate nos departamentos de Guaviare e Vaupés, alguns definidos por ela como "surrealistas". Ela contou que se emocionou quando no helicóptero que os recuperou viu no solo e com os olhos vendados o chefe guerrilheiro que os vigiou durante mais de quatro anos, que Betancourt definiu como "tão cruel, tão humilhante, tão déspota".

— Este é um triunfo do senhor presidente da República, dos senhores ministro da Defesa, dos senhores líderes militares — assinalou o tenente do Exército Raimundo Malagón.

O segundo-sargento José Ricardo Marulanda, também do Exército, enviou "um milhão de saudações a todos os soldados, aos 200 mil soldados que estão nas montanhas da Colômbia defendendo a democracia". Alguns enviaram mensagens de esperança aos que seguem seqüestrados e o segundo-sargento do Exército Erasmo Romero disse estar feliz de ter se livrado das "injustas e infames" situações que envolvem um seqüestro.

Confira o comentário de Rodrigo Lopes sobre a libertação de Ingrid Betancourt

EFE
 
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