| 23/06/2008 23h28min
O técnico da seleção brasileira de basquete feminino, Paulo Bassul, explicou nesta segunda todas as causas que o levaram a tomar a decisão de não convocar a ala Iziane para a Olimpíada de Pequim, em agosto. Segundo o treinador, o problema ocorrido no Pré-Olímpico, em junho, foi apenas o último ato da jogadora que o desagradou.
– Aquilo ali, para o público foi o inicio de uma crise, mas, para nós, foi o fim. As coisas são de origem interna e eu já tive situações anteriores a essa – disse o técnico.
Rusgas desde os juvenis
O treinador da seleção brasileira ainda comentou toda a trajetória da relação profissional entre os dois. Desde as categorias juvenis, quando, de acordo com ele, ela já demonstrou problemas que o preocuparam.
– No mundial juvenil, a primeira competição que eu trabalhei com ela, ela era tida como a melhor daquela geração. Quando ela ficava muito marcada, ela continuava chutando. Quando é assim, a jogadora tem que distribuir o jogo, e ela não sabe fazer isso – analisou Bassul, que disse ter aconselhado Iziane diversas vezes nos últimos anos.
Segundo o técnico brasileiro, o desempenho dela, apesar de muito bom nas cestas, era fraco em outros fundamentos. E isso, diz Bassul, prejudicava não só a atleta, mas toda a equipe.
– No item cesta, ela era a melhor, mas em eficiência, era a nona. Chamei ela de lado e disse que ela poderia ser mais útil para o time, poderia equilibrar seu jogo, mas a reação dela foi horrorosa. Ela jogou o primeiro quarto e não foi sequer uma vez para a cesta – disse o técnico, revelando o que disse a jogadora na ocasião: – Você não valoriza minha cesta, então eu não vou mais – teria dito Iziane.
A recusa à seleção
Em 2003, Iziane foi para a WNBA, e recusou a convocação para o Mundial sub-21. Para o treinador, isto foi "o primeiro sinal de alerta".
– A equipe cresceu sem ela, o que deveria ter sido bom para a jogadora, porque ela poderia entender a situação – declarou o técnico, acrescentando que o individualismo de Iziane prosseguiu: – A ordem dela está invertida, ela não pensa na equipe. Dificilmente ela renova com o mesmo time, justamente por causa desse tipo de situação.
Titulo é secundário
O treinador ainda contou um outro episódio, desta vez pelo Ourinhos. Ele lembrou o título nacional conquistado pelas paulistas.
– Titulo pra ela é secundário, tanto que ela não foi nem na comemoração, ela se mandou, e não comemorou com as companheiras – finalizou Bassul, se referindo ao título da equipe paulista no campeonato nacional.
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