| 16/06/2008 05h26min
Entre lágrimas, Fernandão despediu-se do Inter. Deixa o time, mas permanece na história do clube. Era inevitável. No futebol, tudo tem prazo de vencimento. Não seria diferente com os homens que fizeram o capítulo mais grandioso da vida colorada. Foram-se Iarley, Abel e Fernandão. Outros cumprirão o mesmo destino. Porém, a dinâmica do futebol é inexorável. Novos desafios esperam o Inter. Houve erro da avaliação. Não foi percebido, no Beira-Rio, que tinha chegado a hora de iniciar o processo de renovação. O tempo perdido cobrará, agora, o seu preço. Ainda restam jogadores para compor uma boa base. Mas faltam aqueles que fazem a diferença. Alguns, é possível, podem estar escondidos atrás das caras jovens de garotos emergentes. Não se sabe porque não foram avaliados no tempo certo. Outros, terão que ser buscados. Trabalho duro para Tite e os dirigentes. Menos mal que Fernando Carvalho está de volta. Ele tem a receita para a vitória. Se tiver espaço e licença para comandar o recomeço, ainda será possível salvar
o centenário do clube. Hoje, como está, incerto é o futuro.
Rotina quebrada
Doze anos depois, o Grêmio conseguiu quebrar um histórico de derrotas e fez mais do que vencer o Goiás, no Serra Dourada: goleou como não cabia imaginar, ainda que o time goiano esteja se arrastando no Brasileirão. Marcel, fazendo dois gols de cabeça, marcou o seu retorno em grande estilo. Victor, mais uma vez, confirmou que o Grêmio tem o seu melhor goleiro desde Danrlei. E Celso Roth passou com louvor por mais uma prova.
Mudanças
O Goiás superava o Grêmio no confronto que se dava no meio-campo quando Reinaldo se lesionou. Roth aproveitou este fato incidental para eliminar a causa das suas dificuldades: mandou Rudnei para campo e equilibrou, numericamente, a disputa no setor mais importante do campo. A partir deste momento, o Grêmio cresceu e tornou-se superior. Na expulsão de Leo, Celso Roth optou por preservar as suas
idéias defensivas e substituiu Roger, meio apagado no jogo, pelo
zagueiro Thiego. Deu sorte. O próprio Thiego acabaria marcando o terceiro gol. Uma vitória decisiva e marcante.
Para pensar
O Grêmio cresceu no jogo quando Celso Roth substituiu um atacante (Reinaldo) por um meio-campista (Rudnei). E liquidou a parada ao trocar um meia-atacante (Roger) por um zagueiro (Thiego). Esses treinadores retranqueiros!
Tudo certo
Ao vencer o Botafogo o Inter superou um bom adversário, os desfalques e, principalmente, a comoção em que se transformou a despedida de Fernandão. Tite chorou, emocionou os jogadores e, no jogo, acertou as substituições e foi correto nas orientações. Desta vez, o vestiário não fez mal ao time. O Inter voltou para a etapa final com uma idéia clara e anunciada pelo treinador. Com um jogador a menos, Sidnei foi expulso, novamente, o Inter tomou o único caminho recomendável: fechou-se na defesa e apostou nos contra-ataques. Tite, na volta do
vestiário, anunciou o que faria e no campo viu-se o time fazer o que anunciara
o treinador.
Mudanças
Perceberam-se alguns indícios de mudanças, no Inter: posse de bola, o time já tenta jogadas de aproximação, começa a se falar em triangulações e disciplina tática. Mas resta muito trabalho para Tite corrigir a gororoba em que a equipe foi transformada.
A frase de Fernandão
"Volto como jogador, dirigente ou, apenas, torcedor".
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