| 11/06/2008 20h13min
Transportadoras de grãos continuaram nesta quarta-feira, dia 11, com o bloqueio de estradas em seis províncias da Argentina para exigir uma solução ao conflito entre o governo e o campo, com o que aumentou a escassez de combustíveis e diminuiu a oferta de alimentos.
O presidente da Confederação Argentina do Transporte Automotor de Cargas (Catac), Rubén Agugliaro, disse que há 200 piquetes que mantêm bloqueada a passagem de caminhões em rotas das províncias de Buenos Aires, Córdoba, La Pampa e Santa Fé, as maiores produtoras de alimentos do país, e das de Entre Ríos e Chaco.
Os bloqueios mantêm parados centenas de caminhões em Entre Ríos, ao leste do país, que, com as províncias de Santa Fé e Córdoba, abrange uma rede viária-chave para o transporte de mercadorias no Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai).
As associações agrárias, que reúnem cerca de 290 mil produtores de todo porte, se mantêm "em estado de alerta e mobilização" por rejeitar o sistema de impostos variáveis que vigora há três meses e originou o conflito, devido ao aumento da pressão do Fisco sobre as exportações de grãos.
A falta de combustíveis, pela qual as petrolíferas também são responsabilizadas, afeta tanto o interior do país quanto serviços de ônibus nos subúrbios de Buenos Aires, disseram fontes empresariais. Além disso, existe temor no país de que haja desabastecimento de alimentos em um momento em que setores do comércio no varejo calculam que a oferta de produtos básicos diminuiu em 30%.
As transportadoras reivindicam o lucro que deixaram de ter com a longa greve comercial do setor agropecuário, que terminou na última segunda-feira, e com a comercialização de grãos, que responde a pressões dos agricultores irritados com o aperto do Fisco.
Dirigentes da Catac disseram que não organizaram o protesto dos chamados "caminhões de cereais", mas o justificaram em vista da pobreza econômica sofrida por 160 mil filiados à central sindical.
A reação das transportadoras "é um fato lamentável", criticou o vice-presidente da Sociedade Rural, Hugo Biolcati.
– Deveria ficar clara a diferença de método entre o protesto dos caminhoneiros e o das associações agrárias que se mantêm mobilizadas à espera de poder dialogar – disse Biolcati à emissora argentina Radio 10.
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