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 | 03/06/2008 12h20min

Cristina Kirchner diz que problema da crise alimentar é má distribuição

Presidente argentina discursou em cúpula da ONU em Roma

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, disse nesta terça-feira que a grande causa da crise alimentar se deve à má distribuição, e não apenas ao problema da produção. Cristina discursou na cúpula de segurança alimentar organizada pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), iniciada hoje em Roma.

— O principal problema é o da distribuição e acesso das diferentes comunidades aos alimentos a preços sustentados — disse.

Segundo Cristina, "todos os países estão de acordo" quanto à existência da crise alimentícia, mas que existem "divergências sobre quais são as causas" e "haverá diferenças entre os Estados na hora de enfrentar o problema".

De acordo com a presidente argentina, os "países centrais" emitem uma mensagem de livre-comércio e negam o protecionismo. Já países em vias de desenvolvimento como a Argentina têm muitas dificuldades para chegar aos grandes mercados, conforme ela.

Ela propôs um plano de cooperação em vários níveis, com ajudas aos países que não têm possibilidades de produzir e são só exportadores, e com investimentos em países como a Argentina, capazes de produzir não só matérias-primas, mas também tecnologia.

— A Argentina produz quase 100 milhões de toneladas de produtos agrícolas e temos certeza de que podemos chegar a 150 milhões, mas para isto precisamos valorizar nossos produtos — acrescentou.

Para Cristina, é necessária uma urgente mobilização para evitar que no século XXI se repitam "cenas terríveis" de cidadãos que brigam por um prato de comida. Além disso, ela denunciou algumas medidas tomadas por organismos internacionais e citou o exemplo do Fundo Monetário Internacional (FMI), ao recomendar ao Haiti, que chegou a ser um dos maiores produtores de arroz do Caribe, que abandonasse a produção do cereal. A interrupção provocou o afundamento da economia haitiana, e agora o país nem mesmo pode ser considerado emergente.

EFE
 
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