| 21/05/2008 05h49min
Com a assinatura da Lei Pelé, em 2001, o Inter adicionou um conceito à sua filosofia: o clube está à mercê do jogador. Se ele quiser ir embora, passa em seu armário, recolhe seus pertences e toma o caminho da rua. Por isso, o aproveitamento da gurizada no time principal e o investimento na estrutura das categorias de base são estratégias para evitar que futuras promessas deixem o Beira-Rio antes do tempo.
Um exemplo recente foi a inauguração do novo vestiário das categorias de base, em fevereiro. São cinco, todos com o mesmo conceito usado nas instalações do grupo profissional. São de uso exclusivo da gurizada das categorias do sub-10 aos juniores. Os campos suplementares passaram por reformas e uma rede de profissionais de áreas diversas oferece o apoio extracampo necessário.
— O clube tem que dar visibilidade e todas as condições para que o guri se sinta em casa e pense: "Para que eu preciso sair daqui?" — explicou Jorge Macedo, coordenador das categorias de base do
Inter.
O
trabalho de valorização das categorias de base começou em 1996, quando Fernando Carvalho integrava o departamento de futebol composto por representantes de várias correntes políticas. Ele seguiu com a chegada do Inter 2000 e do InterAção ao poder e foi potencializada nos cinco anos de Carvalho na presidência. Piffero assumiu no ano passado e manteve a filosofia.
Hoje, há uma assistente social e um psicólogo para cada categoria. Eles acompanham o comportamento e o desempenho escolar dos jogadores. Ex-jogadores, como Pinga, Daniel Costa Franco, Chico Fraga e Ortiz, trabalham os fundamentos em treinos diários.
Quando um guri desponta, os profissionais envolvidos em sua formação se reúnem para definir quais pontos precisam ser aperfeiçoados ou melhorados antes de lançá-lo. Nilmar é um exemplo. Em 2001, quando já se destacava nos juniores, passou por estágio com o coordenador de preparação física Élio Carraveta. Ficou seis meses cumprindo trabalho para aumentar sua massa
muscular. O diagnóstico
da comissão técnica era de que, mesmo rápido e habilidoso, era franzino demais para o profissional. O plano para Nilmar ganhou até nome: Projeto Rambo.
O Inter também cuida de aproximar a rotina da gurizada com a dos profissionais. Pelo menos uma vez por semana, os juniores enfrentam os profissionais em treinos coletivos, sempre com Abel Braga e sua comissão técnica como observadores. Mas o estímulo maior, aponta Jorge Macedo, vem do aproveitamento no time principal. Não é de graça que painéis com fotos de Lúcio, Sobis, Nilmar e Pato decoram os vestiários da gurizada. Walter e Tales são os exemplos mais recentes. Eles assinaram neste ano contrato até 2013.
Últimas vendas do Inter
- Pato (Milan, agosto/2007), 22 milhões de euros (R$ 56,8 milhões)
- Luiz Adriano (Shakhtar, março/2007), 3 milhões de euros (R$ 7,6 milhões)
- Ricardo de Jesus (Spartak Moscou, fevereiro/2007) ,US$ 400 mil (R$ 658 mil)
-
Rafael Sobis (Betis, agosto/2006), 8 milhões de euros (R$ 20,6
milhões)
- Nilmar (Lyon, agosto/2004), 5,7 milhões de euros por 80% (R$ 14,7 milhões)
- Daniel Carvalho (CSKA, fevereiro/2004), US$ 4,2 milhões por 55% dos direitos (R$ 6,9 milhões)
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