| 16/05/2008 22h51min
Além do álcool, o Brasil tem se destacado como maior produtor de bioenergia, energia elétrica produzida a partir do bagaço da cana-de-açúcar, o que faz com que um mercado paralelo comece a se formar: o da venda dessa energia. Isso ajuda a complementar o fornecimento em algumas regiões do país, com tendência a aumentar a produção e comercialização.
Das plantações para a usina, onde é extraído o açúcar e o álcool, o bagaço vai para a caldeira a mais de mil graus centígrados, onde se transforma em energia elétrica. O que era lixo e ocupava espaço nas usinas passou a ser bioenergia que dá lucro.
Segundo os dados da Empresa de Pesquisa Energética, pela primeira vez a cana superou o setor hidráulico para fornecimento de energia elétrica no país. Em 2007, o consumo de energia da cana foi de 16%, contra 14,7% gerados em hidrelétricas. Ela só perdeu para o petróleo, que representa 36,7% das fontes usadas no Brasil.
A Usina da Pedra, em Serrana, no inteior de São Paulo, é exemplo desse mercado energético em ascensão. Das quatro milhões de toneladas de cana moídas por ano, cerca de uma vira bagaço, que é transformada em energia. Isso é suficiente para abastecer uma cidade com cerca de 330 mil habitantes. A maior parte dessa energia vai para o auto-consumo da usina e o restante é vendido.
A tendência do comércio de energia da cana é crescer ainda mais. Celso Zanatto, diretor de uma empresa que comercializa bioenergia, explica que o Brasil tem atualmente capacidade para produzir três mil megawatts de energia da cana. Mas, deste total, apenas 600 MW são comercializados.
Entretanto, com o crescimento da produção de cana, aliado aos investimentos no setor, em cinco anos essa potência pode chegar a 18 mil MW e a produção pode superar a hidrelétrica de Itaipú.
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