| 16/05/2008 20h38min
Marcado inicialmente para maio, a previsão agora é que o leilão da chamada "Energia de Reserva", o primeiro específico para venda de energia produzida a partir da biomassa, seja realizado no dia 30 de julho.
De toda energia utilizada no Brasil, 85% provém das hidrelétricas e o restante das termoelétricas. Com a escassez das fontes de energia, a bioeletricidade surge como forma de estabilizar o sistema elétrico brasileiro e diminuir a volatilidade do preço no mercado.
Entre os fatores que contribuíram para o atraso estão o reforço no sistema das usinas canavieiras de São Paulo e Minas Gerais, que estão multiplicando em até 10 vezes a capacidade instalada. E nas 86 novas usinas que estão em fase de implantação em Goiás e Mato Grosso do Sul, ainda é necessário conectar o sistema elétrico de destinação da energia.
– Esse planejamento envolve a rede lógica de conexão das usinas. É um planejamento bem detalhado que está na fase final de conclusão. Além disso, todos os ajustes da conexão são feitos a partir de audiência pública, o que acaba atrasando – afirma o vice-presidente da Associação Paulista de Cogeneração de Energia, Carlos Roberto Silvestrin.
A energia produzida a partir de biomassa contribui para o aumento do nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas, uma vez que é gerada no momento em que os reservatórios estão começando a esvaziar, entre os meses de maio e novembro.
Nesse período, cada mil megawatts médio de energia gerado por biomassa corresponde a um ganho de 4% de armazenamento de água nos reservatórios das usinas hidrelétricas. Essa energia extra – ou de reserva, como é chamada – deverá ser usada em eventuais momentos de crise de abastecimento.
– Devemos entender que essa energia de reserva é como se fosse o tanque de um carro. Não devemos deixar entrar na reserva, ela só será utilizada se realmente necessário. No caso, a biomassa foi escolhida porque são inflexíveis – comenta Silvestrin.
Leilão
Até o momento, 210 usinas estão inscritas para participar do leilão. Mas, de acordo com o assessor de bioeletricidade da União da Indústria de Cana-de-Açúcar, Onório Kitayama, muitas podem desistir de participar depois que o governo estabeleceu o preço máximo pago pelo MW/hora em R$ 151.
– As usinas viram com muita esperança e como um incentivo o leilão. Hoje com o anúncio do preço teto essa expectativa quebrou um pouco. Algumas usinas entendendo que esse valor não remunera o investimento – afirma Kitayama.
CANAL RURAL
Produção a partir das hidrelétricas representa 85% da energia consumida no país
Foto:
Divulgação
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